Recuperação económica eleva excedente para 1.834 milhões de euros em janeiro
Saldo das Administrações Públicas foi positivo, atingindo 1.834 milhões de euros em janeiro. Face ao mesmo mês do ano passado, marcado por um duro confinamento para travar uma pesada vaga da covid-19, a receita avançou 17,3%. Ministério das Finanças justifica melhoria com recuperação económica.
As Administrações Públicas obtiveram um excedente de 1.834 de euros no primeiro mês do ano, à boleia de um forte crescimento da receita, impulsionado pela recuperação económica face ao período homólogo.
Segundo um comunicado do Ministério das Finanças divulgado nesta sexta-feira, 25 de fevereiro, e que antecede a divulgação, pela Direção-Geral de Orçamento (DGO) da síntese de execução orçamental, o saldo das Administrações Públicas em contabilidade pública melhorou 1.085 milhões de euros em janeiro face ao mesmo período de 2021, atingindo 1.834 milhões de euros.
Este crescimento deveu-se a um crescimento da receita, de 17,3%, superior ao da despesa (que avançou 1,1% em termos homólogos). "O forte crescimento da receita reflete o bom momento da economia e do emprego", afirma o gabinete do ministro João Leão.
Recorde-se que, em janeiro do ano passado, Portugal vivia o segundo confinamento e a pior vaga da covid-19 em número de mortes. Embora janeiro de 2022 tenha sido um mês marcado por um pico nos casos, o impacto na saúde e na economia não é comparável.
Ainda assim, a despesa com apoios extraordinários às famílias e empresas ascendeu a 237 milhões de euros, dos quais 124 milhões para as famílias (43 milhões para subsídio de doença, 37 milhões para isolamento profilático e 22 milhões para apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores) e 62 milhões de euros para as empresas (38 milhões em apoios para os trabalhadores, 13 milhões no programa APOIAR e 41 milhões para o financiamento do setor da saúde).
Receita fiscal ultrapassa pré-pandemiaDe acordo com as Finanças, a receita fiscal cresceu 19,2% face ao mês homólogo, "tendo inclusivamente ultrapassado o registado no mesmo período pré-pandemia", ou seja, janeiro de 2020.
Para este crescimento expressivo, o gabinete destaca a evolução do IVA (que cresceu 38,6%), do IRC (que avançou 65,1%) e do IRS (que subiu 5,9%). Também as contribuições para a Segurança Social tiveram um desempenho positivo, aumentando 5,5% "em resultado da evolução favorável do mercado de trabalho".
Despesa primária cresce 1,4% à boleia de aumentos salariaisSegundo as Finanças, a despesa primária (que exclui os encargos com a dívida pública) cresceu 1,4% em janeiro face ao mesmo mês de 2021, "impulsionada pelos aumentos dos salários e do investimento".
A despesa com salários na Administração Central e Segurança Social aumentou 3,2%,
refletindo os aumentos salariais e as valorizações remuneratórias - mais visíveis nas escolas (+4,9%) e no Serviço Nacional de Saúde (+4,9%). O aumento da despesa com salários no SNS deveu-se "ao reforço do número de profissionais de saúde", que subiu 1,2% (mais 1.753 trabalhadores) em termos homólogos, lê-se no comunicado.
"A despesa do SNS apresenta um crescimento de 0,5% influenciada pelo efeito base de
2021 que incorpora transferências para a DGS para financiamento de vacinas,
dispositivos médicos para a vacinação e medicamentos", descrevem as Finanças.
Excluídas estas transferências, a despesa do SNS cresce 5%, "refletindo, além da componente dos salários, as aquisições de bens e serviços (mais 6,7%) em resultado do maior volume de testes COVID".
Já a despesa realizada pela Segurança Social aumentou 4,3%, à boleia das medidas extraordinárias de apoio (que cresceram 38,6%) e dos acréscimos nas prestações sociais
excluindo pensões (+9,5%), destacando-se o subsídio por doença (+127,2%) e as
prestações de parentalidade (+36,1%).
O investimento público cresceu 21,4% excluindo parcerias público-privadas, "refletindo o plano de investimentos Ferrovia 2020 e a beneficiação e modernização de material circulante a cargo da CP", referem as Finanças.
(Notícia atualizada às 16:13 com mais informação)
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