BE está disponível para alterar sentido de voto "se Governo tiver abertura para negociar"
O Bloco de Esquerda (BE) diz que está disponível para alterar o voto contra o Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2022) na generalidade. A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou esta segunda-feira que essa alteração depende apenas da aproximação do Governo às propostas apresentadas.
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"Se o Governo tiver abertura para negociar sobre os pontos que temos neste momento em cima da mesa, teremos disponibilidade para rever o nosso voto na generalidade. O que esperamos é que possa existir esse sinal", afirmou Catarina Martins, minutos antes de o PCP revelar que vai votar contra a proposta do Governo para o OE2022.
Para Catarina Martins, as declarações feitas no fim de semana pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e pelas as ministras da Saúde e do Trabalho, Marta Temido e Ana Mendes Godinho, mostram que as nove propostas que o BE apresentou "foram recusadas" e que, nos casos em que há contrapropostas, essas "são para aplicar só daqui a muito tempo ou são de uma aplicação muito reduzida, simbólica, sem efeitos concretos".
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"Registei que o Governo afirmou que o BE tem críticas ao OE maiores do que as nove propostas que faz. E é verdade. Como o Governo sabe, não colocámos nestas medidas mínimas para viabilizar o OE, algumas medidas (...) porque sabíamos que sem saída nesta altura, face aos tempos em que o Governo decidiu negociar o OE", reconheceu.
Entre essas medidas constam a redução do IVA da energia e a criação de "uma prestação social que garanta que ninguém fica abaixo do limiar da pobreza".
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Catarina Martins insistiu ainda que "o BE limitou as propostas a uma área mais pequena para tentar um entendimento" e estranha que não haja aproximação da parte do Governo, mesmo em matéria, como o aumento da compensação por despedimento, que o PS "sempre defendeu".
"Ouvi com alguma estranheza o que me pareceu indisponibilidade para negociarmos até quarta-feira, mas o BE mantém essa disponibilidade e a certeza de que não haverá recuperação da economia sem um equilíbrio dos salários, justiça nas pensões e a defesa do SNS e a garantia de acesso da população portuguesa à saúde", reiterou.
E sublinhou ainda, colocando o ónus no Executivo de António Costa: "Se o Governo quiser que o OE seja aprovado, o BE mantém disponibilidade se houver avanços nestas matérias".
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