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"Não é preciso muito para voltar ao défice", avisa Governo. Basta cortar IVA sobre três produtos

Cortar IVA nos painéis solares, nos alimentos para animais de companhia e para atos veterinários custariam 360 milhões, avisa Governo. O que colocaria o país no défice novamente.

Discussão do OE 2026 entra hoje na fase das propostas de alteração dos partidos.
Discussão do OE 2026 entra hoje na fase das propostas de alteração dos partidos. Pedro Catarino
10:52

O secretário de Estado do Orçamento avisou que as propostas dos partidos da oposição para reduzir o IVA sobre os painéis solares, dos produtos alimentares para animais de companhia e nos atos veterinários podem valer, em conjunto, 360 milhões de euros, esgotando o excedente previsto para o próximo ano.

"Não é preciso muito para voltarmos aos défices", começou por afirmar José Maria Brandão de Brito nesta quinta-feira, 20 de novembro, no Parlamento, onde está a ser discutida a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2026. O documento entra agora na fase da discussão das propostas de alteração apresentadas pelos partidos de oposição. 

O secretário de Estado disse que a "restrição orçamental" prevista para 2026, que advém da dívida pública elevada e pela "concentração dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), "retira qualquer margem de acomodação de novas propostas".

"A não ser que queiramos voltar o país aos défices", avisou. Para isso, apontou três propostas para a redução do IVA que, em conjunto, penalizariam as contas em 360 milhões de euros: sobre os painéis solares, num impacto de 100 milhões, sobre os produtos alimentares dos animais de companhia, com um impacto de 80 milhões, e sobre os atos veterinários, num custo de 180 milhões de euros. 

Se estas propostas forem aprovadas, o excedente para o próximo ano, previsto em 230 milhões de euros (0,1% do PIB), seria esvaziado e transformado num défice. No entanto, , embora existam por outro lado vários riscos para as contas públicas (com o Conselho das Finanças Públicas a prever, por isso, ). 

"Termino com um alerta e apelo: o espaço para 2026 é muito exíguo. Desafio [as bancadas parlamentares] a não desvirtuar proposta de OE", terminou José Maria Brandão de Brito. 

PS diz que não vai viabilizar medidas que ponham em causa excedente

Nas suas primeiras intervenções do dia, o PS, pelo deputado Miguel Costa Matos, assegurou que não permitir que avancem propostas de alteração que ponham em causa o excedente.

"Não vamos viabilizar propostas que possam por em causa o saldo orçamental", afirmou o deputado socialista. "Não vamos dar um alibi para não cumprirem" o excedente, acrescentou. 

Essa garantia já tinha sido deixada anteriormente, mas em declarações ao Expresso nesta quinta-feira, , com o objetivo de evitar que a oposição venha a ser responsabilizada por um eventual défice que decorra da execução do próximo ano.  

André Ventura, do Chega, criticou que o PS seja "uma muleta do PS" e criticou o que considerou ser um "mau orçamento" se quando uma proposta para reduzir o IVA para os alimentos de animais "destrutura e faz desfazer todo o OE". 

, André Ventura disse "as portagens vão mesmo acabar onde tiverem de acabar. E as pensões o que tiverem de subir subirão". No entanto, o líder do Chega não esclareceu como. O Negócios contactou o partido para saber, mas ainda não obteve resposta. É que o impacto para os portugueses - seja nas portagens ou nas pensões - dependerá da forma como as propostas forem aprovadas. 

Em causa estão duas propostas onde Chega e PS coincidem, embora com pressupostos diferentes. Nas portagens, o PS quer isentar o pagamento na autoestrada A6 e nos troços da A2 que servem o Alentejo para residentes e empresas com sede na região. Já o Chega propõe apenas que o Governo elabore um “plano faseado de redução e isenção progressiva de portagens em todo o país” em 2026.

Nas pensões, o Chega pretende um aumento de 1,5% para pensões até 3 IAS (cerca de 1.500 euros) - que o PS já disse que chumbará, pelo acréscimo de despesa -, , entre elas a margem orçamental e "um ponto percentual do IRC" - do qual o Chega discorda (disse, há duas semanas, o deputado Eduardo Teixeira ao Público). 

Por sua vez a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, contrapôs com as opções políticas incongruentes do Governo, criticando que não existam fundos para a redução de impostos para o bem-estar animal, quando existem para as touradas e para a caça. 

(Notícia atualizada às 11:31

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