Governo promete reposição total das horas extra em Janeiro
O Governo fez mais uma aproximação às propostas dos sindicatos nas reuniões desta quinta-feira, ao garantir que afinal o valor pago pelas horas extraordinárias no Estado será totalmente reposto em Janeiro e que há abertura para alargar as 35 horas a todos os trabalhadores com contrato individual de trabalho a partir de Julho.
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As informações foram avançadas por José Abraão, dirigente da Fesap, à saída de uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Fátima Fonseca. "O Governo garantiu que o trabalho suplementar será pago por inteiro a 1 de Janeiro de 2018". Quer isto dizer que a percentagem de acréscimo passará dos actuais 12,5% para 25% na primeira hora de dia útil; de 18,75% para 37,5% nas seguintes; e de 25% para 50% no caso do trabalho extraordinário prestado aos feriados.
Além disso, depois de o ministro da Saúde ter revelado que pretende aplicar as 35 horas a todos os enfermeiros em Julho, o Governo terá manifestado abertura para estender o horário a trabalhadores de outras carreiras com contrato individual de trabalho, de acordo com o mesmo dirigente sindical.
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Fesap
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Progressões em dois anos? Depende
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No documento que chegou aos sindicatos na noite de quarta-feira o Governo assume que em Janeiro só pretende pagar, na generalidade dos casos, 33% do aumento salarial inerente às progressões.
O restante valor é remetido para 2019: 66% em Janeiro e 100% a partir de 1 de Dezembro. O que significa que já não depende deste orçamento do Estado, mas antes do que for negociado daqui a um ano.
Em todo o caso, o compromisso político é o de completar o pagamento das progressões em dois anos, ainda que grande parte do impacto orçamental seja na prática atirado para 2020.
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Esta lógica dos dois anos poderá ter, no entanto, várias excepções.
Por um lado, porque o Governo propôs que se o aumento salarial que resulta das progressões for inferior a um determinado montante – não confirmado até à hora de fecho desta edição, mas que o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) pretende que seja de 135 euros – o aumento seja pago de imediato, sem faseamento. Esta norma pode ser favorável para os trabalhadores em posições virtuais ou de carreiras não revistas.
Por outro lado, porque continua a admitir-se que o tempo de serviço prestado entre 2011 e 2015 não seja considerado, o que significa que por exemplo nos casos dos professores possam passar entre zero e quatro anos, após 2018, até que o docente seja reposicionado.Mas a proposta de orçamento ainda não é final e ainda haverá negociações sectoriais. "Se os professores continuarem a ver a sua carreira total ou parcialmente congelada, e o tempo de serviço perdido", o Governo "pode começar a contar mais cem mil na rua", afirmou esta quinta-feira ao Negócios Mário Nogueira.
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