Governo propõe subida de 52 euros no salário de entrada dos técnicos superiores
O Governo propôs aos sindicatos da Função Pública um aumento de 52 euros no salário de entrada na carreira de técnico superior e de 48 euros na carreira de assistente técnico, segundo explicaram os dirigentes sindicais aos jornalistas.
Questionada pelos jornalistas no final de todas as reuniões, a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, não quis mesmo explicar quando é que a valorização do salário de entrada nas carreiras de assistente técnico e assistente operacional, vai avançar.
PUB
"Esse é um dos termos que estamos a negociar. O que fizemos foi ouvir os sindicatos sobre quando é que devem produzir efeitos estas alterações", aspeto que só será definido antes da próxima reunião, no final de junho.
Assim, embora não tenha afastado um efeito retroativo a janeiro – "naturalmente que estamos a considerar esta proposta" – a governante também não garantiu que o aumento seja aplicado até ao final do ano.
No caso dos técnicos superiores, a ideia é que o salário de entrada passe dos atuais 1.216 euros brutos para 1.268 euros. Para quem tem doutoramento, a subida pode ser superior, para os 1.632,8 euros.
PUB
No caso dos assistentes técnicos, a ideia é que passe dos atuais 709 euros para 757,01 euros, ficando sete euros acima do próximo salário mínimo (que segundo o primeiro-ministro será de 750 euros em 2023). Atualmente, a diferença é de quatro euros.
As propostas "visam duas carreiras, alterando os níveis de entrada", mas, na opinião de Sebastião Santana, para "muito aquém do que era expectável".
Já na opinião de Helena Rodrigues, as alterações têm de entrar em vigor este ano, até porque a verba estará prevista no OE.
PUB
No entanto, o executivo voltou a recusar a proposta de atualizar salários, numa altura em que a inflação lhes retira poder de compra.
"Os trabalhadores estão a fazer face, com os seus baixos salários, a uma inflação que já se cifra nos 8,1% e o que o Governo tem para dizer é que vão ter de continuar a empobrecer a trabalhar porque não está disposto a fazer qualquer alteração aos salários que hoje se praticam".
José Abraão, da Fesap, considerou que há trabalhadores que vão ficar para trás.
PUB
"As carreiras gerais são a bitola daquilo que nas carreiras especiais depois também acontece. Estas propostas são as que conseguimos avançar neste momento. São um início de conversa, estamos seguros que vão representar esta valorização que queremos para as carreiras".
Notícia atualizada com as declarações da secretária de Estado, Inês Ramires.
Uma guerra extemporânea
O “inconseguimento” português
Mais lidas
O Negócios recomenda