Frente Comum exige auditoria às contas da CGA
Sindicatos querem saber "o que fizeram ao dinheiro" destinado a pagar pensões.
A Frente Comum exigiu esta quarta-feira uma auditoria às contas da Caixa Geral de Aposentações (CGA) que permita perceber "o que é que fizeram ao dinheiro". Ana Avoila afirmou aos jornalistas que o Governo não respondeu à proposta.
"O que exigimos é que se faça uma auditoria à CGA nestes últimos trinta anos para ver o que é que fizeram ao dinheiro. Porque os trabalhadores descontaram sempre. O Estado tinha que assegurar a sua comparticipação como entidade patronal, nunca assegurou", afirmou aos jornalistas a coordenadora da Frente Comum.
O Governo "não respondeu" à proposta, acrescentou.
Os funcionários públicos descontam 11% para a CGA desde 2010 (antes descontavam 10%), tal como os do sector privado.
As entidades patronais do Estado descontavam 15%, abaixo dos 23,73% assegurados pelas empresas privadas. A taxa subiu para 20% este ano e só em 2014 será igual à dos empregadores do sector privado.
Nos últimos anos, a corrida às pensões no Estado e a progressiva integração de vários fundos de pensões têm vindo a agravar as contas da CGA, que é um sistema fechado, porque apenas recebe os descontos de trabalhadores admitidos até 2005.
A questão da sustentabilidade dos sistemas de pensões foi abordada numa reunião com o Governo destinada a discutir os cortes de até 10% a aplicar às pensões pagas pela CGA a partir do próximo ano.
O Governo argumenta que os cortes são necessários para garantir convergência com as regras da Segurança Social e para equilibrar as contas repartindo custos entre gerações.
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