A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) está a fazer uma auditoria aos serviços por causa da aplicação do novo sistema de avaliação de desempenho, disse aos jornalistas Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

"Neste momento está a decorrer uma inspeção aos serviços por parte da Inspeção-Geral de Finanças", disse Helena Rodrigues. “Há muita avaliação que não está a ser aplicada nos serviços e quem sofre com isso são os trabalhadores”, disse a dirigente sindical, explicando os atrasos com a falta de pessoal ou com com os próprios procedimentos previstos na lei, que podem ser "morosos".

"A maior dificuldade que os serviços têm é a aplicação do sistema de avaliação. Também é o que mais penaliza o bolso do trabalhador quando não o vê corretamente aplicado e tardiamente aplicado", acrescentou.

Helena Rodrigues falava aos jornalistas no final de uma reunião com a secretária de Estado da Administração Píublica, Marisa Garrido, que convocou os sindicatos da UGT para a monitorização do acordo assinado em outubro. 

A avaliação de desempenho tem novas regras, aprovadas pelo anterior Executivo, que passaram a exigir apenas oito pontos para a progressão, em vez dos anteriores dez. A avaliação é anual. O chamado "acelerador de progressões", que permite uma progressão com seis pontos, também ainda está em curso.

Revisão de carreiras vai avançar

As eleições atrasaram o processo de revisão de algumas carreiras, mas o Governo vai agora retomar o processo com os sindicatos e rever por exemplo as carreiras de administrador hospitalar, técnico superior de saúde ou polícia municipal.

Nos termos do acordo assinado em outubro, a revisão das carreiras de administrador hospitalar (que estava agendada para o ano passado) ou de técnico superior de saúde (prevista para o primeiro semestre deste ano) já deviam estar concluídas, mas as eleições atrasaram o processo.

“Temos de rever as carreiras e adequar às necessidades de hoje”, disse Helena Rodrigues, acrescentando que o processo “tem de ser acompanhado de uma revisão salarial”.

No caso dos administradores hospitalares, a expectativa é de aumentos na ordem dos “10%, 15%, 20%”, segundo referiu em janeiro em entrevista ao Negócios o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares.

Para 2025 está ainda prevista no acordo a revisão das carreiras de reinserção social, de técnico superior de reeducação ou de vigilante da natureza.

Questionada pelos jornalistas, a presidente do STE admitiu a possibildade de revisão do acordo assinado em outubro passado, que tinha como horizonte o ano de 2028, quando a nova legislatura vai até 2029.

Manifestando a intenção de conseguir um acordo "melhor do que o que estava", a presidente do STE não quis comentar as propostas do Programa do Governo - que prevêem alterações à greve ou um percurso de progresão rápida para os mais jovens - mas referiu que aguarda que as propostas sejam apresentadas.

Notícia atualizada com mais informação pelas 12:21