Fisco coloca 2 mil funcionários no terreno para vigiar facturas
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) anunciou esta segunda-feira que vai ter início esta semana “a maior acção de fiscalização externa a empresas realizada no âmbito da fiscalidade em Portugal”, com a colocação de 2 mil funcionários em todo o País para vigiar o cumprimento das novas regras de facturação.
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Esta operação, denominada Plano de Acções Externas Locais, “visa garantir o cumprimento das obrigações de facturação pelas empresas e o reforço da eficácia do controlo do sistema e-factura”, refere um comunicado enviado pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Na mesma fonte o Governo congratula-se com os resultados da reforma da facturação implementada no início deste ano, avançando com os números do primeiro trimestre: foram emitidas e comunicadas à AT mais de 900 milhões de facturas, cerca de 90.000 consumidores finais já inseriram facturas de aquisições no Portal das Finanças e mais de 3 milhões já solicitaram a inserção do seu Número de Identificação Fiscal (NIF) nas facturas relativas às aquisições que efectuaram.
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Além disso, o novo sistema de facturação “permitiu também a detecção de diversas irregularidades e situações fraudulentas, tendo sido identificados dezenas de milhares de empresas em situação irregular”. Na semana passada o secretário de Estado Paulo Núncio revelou que foram detectadas “mais de 30 mil empresas com situações ilegais, irregulares, de não entrega do IVA devido com base nas facturas emitidas".
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Todos os sectores de actividade fiscalizados até Outubro
No comunicado emitido esta segunda-feira, o Governo adianta que o objectivo deste Plano de Acções Externas Locais passa por efectuar visitas a “estabelecimentos comerciais em todos os sectores de actividade até final de Outubro de 2013”.
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Os dois mil funcionários do fisco que vão efectuar esta fiscalização têm a missão de verificar “se os agentes económicos estão a cumprir rigorosamente todas as suas obrigações fiscais de facturação e de comunicação à AT dos elementos das respectivas facturas”.
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Além disso, estes funcionários “prestarão aos agentes económicos todas as informações necessárias ao cumprimento adequado das obrigações legais de facturação e reportarão, em caso disso, as infracções que venham a detectar”.
O comunicado do Governo não discrimina que agentes económicos vão ser alvo de fiscalização mais apertada, mas também os consumidores podem ser multados se não pedirem factura. Com a publicação do decreto-lei 197/2012, a obrigação de exigir os recibos ou facturas num acto de compra foi estendida também aos casos em que o vendedor é uma empresa colectada em IRC, ou seja, a praticamente todas as situações.
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O artigo 123 do Regime Geral das Infracções Tributárias diz que "a não exigência, nos termos da lei, de passagem ou emissão de facturas ou recibos (...) é punível com coima de 75 a 2.000 euros".
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Segundo o plano de actividades para este ano, o fisco irá este ano estar especialmente atento a contribuintes que não declarem rendimentos mas tenham actividade, pessoas com manifestação de fortuna e acréscimos de património não justificados, trabalhadores independentes e ainda a restauração e empresas de comércio a retalho.
“A Reforma da Facturação, bem como esta acção externa de fiscalização sem precedentes em Portugal, inserem-se na estratégia definida pelo Governo de reforçar a eficácia do combate à fraude e à economia paralela e, dessa forma, reforçar a equidade do sistema fiscal”, finaliza o comunicado publicado esta segunda-feira.
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(Notícia actualizada às 11h40 com mais informação)
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