Mário Soares: "Os que roubaram, lesando o País, estão à solta"
Depois de na semana passada ter causado polémica ao recomendar ao juiz Carlos Alexandre "que se cuide", Mário Soares voltou esta terça-feira ao tema da prisão de José Sócrates para repetir que é inaceitável que o ex-primeiro ministro continue preso preventivamente sem que se conheçam os fundamentos da sua detenção. E para dizer que "o que os portugueses sabem é que os que roubaram, lesando o país, estão à solta".
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É na sua crónica semanal, que mantém no Diário de Notícias, que Soares volta à carga. O artigo "Portugal: cada dia pior" está dividido em quatro temas: começa pela Saúde, para lamentar a degradação no SNS; aborda o braço de ferro entre a Grécia e a Alemanha; fala, com pesar, da seca que assola algumas regiões do Brasil; lamenta a morte de Manuel Lucena e dispara sobre a prisão de Sócrates.
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Neste capítulo, denominado "volto a falar de Sócrates", Mário Soares lembra que o antigo primeiro-ministro está até preso sem que se saiba porquê nem durante quanto tempo.
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Soares está convencido de que esta é uma situação que "cada dia mais indigna os portugueses", quer estimem ou não o ex-primeiro ministro, e essa é a razão pela qual cada vez mais pessoas o quererão ir visitar à prisão de Évora.
O antigo Presidente da República lamenta que o Presidente da República e o actual governo se mantenham em silêncio sobre o assunto, e questiona os procuradores da justiça e os juízes sobre a sua capacidade de compreenderem o sentimento social que se está a formar.
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"Será que os procuradores da justiça e os respectivos juízes têm sensibilidade para conhecer a indignação que cada vez mais ocorre nos portugueses que admiram Sócrates e mesmo naqueles que, sem o conhecerem, só o estimam por saberem que foi um excepcional primeiro-ministro durante seus anos?, questiona Mário Soares, para retorquir que "é difícil responder".
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Para Soares, não há dúvidas contudo de que "os portugueses sabem é que os que os roubaram, lesando o País, estão à solta".
O ex-primeiro-ministro está preso preventivamente, indiciado dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.
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