Processo contra agências de rating pretende indemnização de mil milhões dólares
Os dois fundos, que estavam concebidos para investir em produtos sem risco com os ratings mais elevados, acusaram hoje a Standard and Poor's (S&P), filial da McGraw-Hill, a Moody's e a Fitch de terem atribuído notas superiores ao valor real a títulos de dívida que avaliaram antes da crise, para preservar a sua quota de mercado.
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"No momento em que as agências de notação atribuíam a vários títulos uma nota de nível máximo, o que significava virtualmente [que esses produtos eram] sem risco, cada uma das agências [mas não os investidores] sabia que essas notas eram falsas e que o ruir do 'castelo de cartas' criado pelas suas notações fraudulentas estava iminente", afirmam os dois liquidatários, Geoffrey Varga e Mark Longbottom, na sua queixa.
As três agências garantiam que atribuíam notas "independentes e objectivas, resultando das mais rigorosas análises de crédito"", acrescentam no texto. "Em vez disso, as agências de notação sabiam - mas os dois fundos queixosos não sabiam nem podiam saber - que tinham relaxado os seus critérios de notação para proteger a sua parte do mercado lucrativo das notações, para obedecerem aos desejos, inclusive aos caprichos, dos emissores dos títulos que elas próprias classificavam e que pagavam por essas classificações", concluíram.
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Varga e Longbottom exigem "pelo menos" mil milhões de dólares [746 milhões de euros] pelas perdas sofridas pelos dois fundos, em resultado de investimentos em produtos com muito mais risco do que a sua notação significava. Pretendem também reparações e juros, bem como o reembolso das despesas judiciais, entre outros pontos.
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O Bear Stearns implodiu em 2008 em plena crise financeira, e foi adquirido de urgência, sob a égide das autoridades norte-americanas, pelo banco JPMorgan Chase.
As agências de notação, acusadas de serem responsáveis em grande parte da crise financeira, por terem atribuído notas exageradamente elevadas a produtos financeiros garantidos por crédito imobiliário de risco, designado 'subprime', continuam a motivar vários processos judiciais por parte de investidores e instituições, cinco anos depois do poto máximo da crise.
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A S&P continua a ser alvo de processos do Departamento da Justiça dos EUA, que procura recuperar cinco mil milhões de dólares em nome de investidores lesados por notas demasiado generosas atribuídas a produtos financeiros de risco antes da crise de 2008.
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