Quem legisla deve evitar política criminal “à flor da pele” e “condicionada por pressões”
Depois do Pacto para a Justiça, é agora o tempo das instituições, que "devem olhar sobre o conjunto, para além das ideias avulsas ou de sugestões pragmáticas que nascem na circunstância", afirmou o presidente do Supremo Tribunal de Justiça no seu discurso de abertura solene do ano judicial que decorreu esta quinta-feira, 18 de Janeiro, em Lisboa. António Henriques Gaspar (na foto) deixou "um roteiro" e pediu "uma resposta política", salientando que "não podemos é permanecer na tranquilidade do fingimento de que não existem".
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Naquela que foi a sua última intervenção numa cerimónia de abertura solene do ano judicial, o magistrado pediu que se evite "a política criminal ‘à flor da pele’, condicionada por pressões que têm assinatura". Pediu também que se refllicta "sobre o perigo do excesso de retórica à volta da semântica da chamada criminalidade económica, em que, além do ruído, sobra uma noção sem muito conteúdo".
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Na sua opinião, há que "pensar de novo, fora do turbilhão da demagogia do populismo penal, o sentido e a função do direito penal e da natureza das penas".
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No seu discurso, Henriques Gaspar criticou aquilo a que chamou a "corrida a formas de justiça privada" e o "apoio político que a acompanha, sem estudos de consequência nem preocupações sobre o risco" das mesmas.
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Como aspectos positivos, sublinhou as taxas de resolução e recuperação dos processos os tribunais, dizendo que, na nova organização judiciária, "a gestão e o modelo estão a responder bem".
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