Tiago Monteiro reclama seis milhões de euros ao Estado
A ajuda seria canalizada por via indirecta, através da Parkalgar, a empresa privada detentora do circuito de Portimão. Esta, por sua vez, pagaria ao ex-piloto. No fim, nem o Estado, nem a Parkalgar cumpriram o acordado. O processo foi feito nos bastidores, sem contratos formais, segundo o mesmo jornal.
Este processo foi feito sem o escrutínio público nem contratos formais, avança o Público, e surgem depois de o Estado ter patrocinado o mesmo piloto de forma oficial. Esse apoio no valor de dois milhões de euros valeu a participação do piloto portuense no mundial da F1, na épocas de 2005 e 2006, ao serviço da Jordan. Mais tarde, o Tribunal de Contas veio a considerar esse contrato ilegal.
PUB
O projecto remonta a 2008, e foi apadrinhado pelo secretário de Estado do Desporto,Laurentino Dias. A Oceanational (dedicada à investigação, desenvolvimento, produção de peças e acessórios para o sector automóvel, mas também à organização de eventos desportivo) propunha-se adquirir uma equipa de competição que se chamaria, Ocean Racing Technology, para participar nos campeonatos de GP2 entre finais de 2008 e 2011.
Laurentino Dias enviou por e-mail um memorando à Ocean, em que diz que o apoio será concedido através da Parkalgar, e terá o valor máximo de dois milhões de euros durante o período de três anos. Segundo o Público, esta tratou-se da forma que o Governo encontrou para financiar a equipa de Tiago Monteiro por via indirecta.
No entanto, a Ocean recebeu apenas um milhão de euros, dos seis milhões inicialmente previstos. No entanto, esta equipa continuou a competir e a publicitar o nome do Autódromo Internacional do Algarve [um dos propósitos do contrato], sem receber o dinheiro em causa, até que a Parkalgar deu entrada em Outubro deste ano, com um Processo Especial de Insolvência no Tribunal de Portimão.
PUB
Neste processo, a empresa de Tiago Monteiro não votou ao lado dos restantes credores, por defender que o Estado português é co-responsável pela dívida da Parkalgar.
E defende em tribunal: "O Estado português reconhecendo a importância que aqueles campeonatos [GP2] assumem como veículo privilegiadíssimo para divulgar o nome de Portugal e, especificamente, da Parkalgar e do seu Autódromo pelo mundo fora, empenhou-se fortemente em assegurar a presença de uma equipa portuguesa".
Laurentino Dias contactado pelo Público desmente a intervenção do Estado no processo. "Nunca o Estado interveio no sentido de contratualizar ou protaculizar o que quer que fosse com a empresa", disse.
PUB
Confrontado com a existência de um memorando, o ex-secretário de Estado do Desporto afirmou não se lembrar de ter escrito aquele documento. "O que eu estou a dizer é verdade. Não houve nenhum tipo de compromisso, fosse garantia ou protocolo. Conversei várias vezes com eles e não mais do que isso", rematou.
PUB
Mais lidas
O Negócios recomenda