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Juízes e Ministério Público fora da manifestação dos Advogados

Os magistrados não participam na contestação organizada pela Ordem dos Advogados contra o novo mapa judiciário. Os seus protestos, dizem, já foram apresentados na sede própria.

15 de Julho de 2014 às 13:14

Nem a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) nem o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) estarão presentes na manifestação organizada pela Ordem dos Advogados (OA) para esta terça-feira à tarde em frente ao Parlamento. Não porque não tenham ainda preocupações sobre a forma como será implementada a reforma, mas porque, dizem os seus representantes, "a lei está em vigor e é para se cumprir".

A OA pretende ainda sensibilizar os deputados para uma suspensão da entrada em vigor da nova organização judiciária, que arranca a 1 de Setembro e que dizem ser prejudicial para as populações, nomeadamente devido ao fecho de 47 tribunais, 27 dos quais serão transformados em secções de proximidade.

"O mapa judiciário foi aprovado no Parlamento e os juízes cumprem as lei. Já expusemos o nosso ponto de vista na altura própria", afirma José Mouraz Lopes, presidente da ASJP. Com o arranque do novo mapa judiciário, haverá "uma perturbação inequívoca, mas isso já era esperado e não podia ser de outra forma".  

Também Rui Cardoso, líder do SMMP, afirma que "ao longo do tempo o sindicato fez as suas críticas à lei", nomeadamente o facto de o estatuto dos magistrados do Ministério Público não ter sido revisto em simultâneo – só agora é que isso está a acontecer, o que o deixa muito "condicionado pelas opções que já se fizeram na Lei" – ou a forma como passarão a ser geridos os tribunais, à qual levanta várias dúvidas.

No entanto, com a reforma no terreno, a postura do SMMP é a de que "a melhor das reformas teria sempre de ter um momento em que tudo teria de parar" e que "é melhor que tudo seja feito num único momento, do que andar um ano a mudar comarca a comarca, até porque todas elas estão relacionadas".

As estatísticas de 2014 vão ter resultados piores face a 2013 devido a isto, disso não tenho dúvidas, mas isso aconteceria sempre, com esta ou com outra reforma
 
Rui Cardoso
Presidente do Sindicato dos Magistrados do MP

"As estatísticas de 2014 vão ter resultados piores face a 2013 devido a isto, disso não tenho dúvidas, mas isso aconteceria sempre, com esta ou com outra reforma", acrescenta Rui Cardoso, sublinhando que "a indicação que temos é que o trabalho que está a ser feito é sério".

Mouraz Lopes partilha um ponto de vista idêntico: é certo que as mudanças, com toda a transferência de processos que ocorrerá em Agosto, trarão perturbações, mas "para o cidadão é preferível assim, do que estar a ser adiado", remata. 

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