O partido da oposição APC (All Progressives Congress) na Nigéria reclamou vitória nas eleições presidenciais. A nação mais populosa de África "testemunhou história". "Esta é a primeira vez na Nigéria que um governo em funções é retirado do poder pelo voto, apenas pela força democrática", afirmou o porta-voz do APC, Lai Mohammed, à Reuters. "O povo da Nigéria assumiu o controlo". 

E acrescentou, a meio da tarde, não ter razões para duvidar que o presidente ainda em funções Goodluck Jonathan assuma a derrota. "Ele disse, várias vezes, que deixaria o poder se saísse derrotado pelo voto em eleições livres e justas", acrescentou o mesmo responsável. E fez mesmo. O actual presidente Goodluck Jonathan

chamou Buhari esta terça-feira para reconhecer a derrota nas eleições do fim-de-semana, o que é considerado uma acção sem precedentes na história do país. 

De acordo com a Reuters, o ex-militar Muhammadu Buhari garantiu mais de 15 milhões de votos, derrotando o presidente Goodluck Jonathan com 13,3 milhões.

Para vencer precisa não apenas de ter mais votos que o opositor, mas também ter 25% em 24 dos 36 estados nigerianos. 

A campanha foi muito influenciada pelos avanços do grupo islamista Boko Haram no nordeste do país, que colocou a segurança no centro das eleições. 

Nestas eleições, o presidente Jonathan estava à procura de um segundo mandato de quatro anos. O seu partido, o PDP (People Democratic Party) tem dominado a política nigeriana desde o poder militar cessou em 1999, tendo agora a sua derrota e depois de ter vindo a perder popularidade devido a escândalos de corrupção e ao aumento das ofensivas do Boko Haram. 

Os jornais internacionais lembram que Buhari, que agora tem 72 anos, esteve no poder em 1984 e 1985, estabelecendo uma ditadura militar.  

A Nigéria é uma das maiores economias africanas. 

(Notícia actualizada às 18h45 para incluir resultados actualizados e reconhecimento de derrota do actual presidente)