EUA triplicam "bónus" para imigrantes ilegais que saiam do país voluntariamente

O governo de Donald Trump já tinha anunciado em maio uma ajuda de 1.000 dólares e um bilhete de avião de regresso para os imigrantes indocumentados que optassem por deixar o país voluntariamente.
Aumento do apoio financeiro para imigrantes ilegais que deixam o país voluntariamente foi anunciado por Kristi Noem.
Will Oliver / Lusa - EPA
Lusa 22 de Dezembro de 2025 às 23:51

O Departamento de Segurança Interna (DHS) norte-americano anunciou esta segunda-feira que triplicou o incentivo à deportação para imigrantes ilegais que abandonem o país voluntariamente, elevando-o para 3.000 dólares mais as passagens aéreas de regresso.  

A secretária do DHS, Kristi Noem, anunciou as medidas para ilegais que desejem regressar voluntariamente ao seu país de origem, sublinhando que este aumento do "bónus de partida" será válido apenas até final do ano e inclui "pessoas que não foram detidas" por agentes de imigração e as "que estão detidas e não têm acusações criminais" contra si.

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"Facilitaremos o processo para eles e, talvez, um dia tenham a oportunidade de regressar a este país da forma apropriada. Se esperarem que os intercetemos, os detenhamos, os prendamos e tenhamos de os deportar nós próprios, nunca terão a oportunidade de voltar", disse Noem em entrevista à Fox News.

"Levante a mão. Vamos ajudá-lo a voltar para casa", afirmou Noem.

O governo de Donald Trump já tinha anunciado em maio uma ajuda de 1.000 dólares e um bilhete de avião de regresso para os imigrantes indocumentados que optassem por deixar o país voluntariamente.

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A secretária do DHS incentivou aqueles que optarem pela “autodeportação” a descarregar e utilizar a aplicação oficial CBP Home. 

"Vamos garantir que chegam a casa a tempo do Natal", assegurou.

O DHS anunciou hoje que, desde o regresso de Trump à Casa Branca em janeiro, 1,9 milhões de imigrantes ilegais deixaram voluntariamente o país, dezenas de milhares deles através do CBP Home, segundo um comunicado.

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Além disso, estima-se que mais de meio milhão de migrantes foram expulsos do país este ano.

O executivo agiu rapidamente para cumprir as promessas de Trump de realizar a maior campanha de deportação da história do país.

As inúmeras detenções e rusgas policiais contra imigrantes indocumentados desde o regresso de Trump ao poder suscitaram fortes críticas dos seus opositores e de organizações pró-imigração.

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Também hoje, o arcebispo de Miami, Thomas Wenski, pediu a Trump que suspenda temporariamente as deportações durante o Natal, para evitar a separação de famílias neste período festivo.

"Uma suspensão temporária das deportações em massa permitiria que as famílias permanecessem juntas durante o Natal e evitaria traumas desnecessários para as crianças", disse o Arcebispo Thomas Wenski numa conferência de imprensa no Centro Pastoral da Arquidiocese de Miami.

O arcebispo e outros líderes religiosos de Miami indicaram, num comunicado divulgado durante o evento, que "o trabalho inicial de identificação e expulsão de criminosos perigosos foi amplamente concluído" e que nas operações ainda a ser realizadas "estão a ser detidas na maioria pessoas que não são criminosas". 

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Além disso, insistiram que a política de imigração do governo Trump criou um clima de medo e ansiedade que também afeta as pessoas que vivem legalmente no país, e referiram que uma maioria crescente da população acredita que estão a ser cometidos excessos.

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