Hamas aceita libertar todos os reféns israelitas e quer negociar detalhes da proposta de paz

Apesar de ainda não ter aceitado por completo o acordo de paz proposto pelos EUA, o Hamas deu um passo em frente e mostra-se disposto a discutir alguns detalhes da proposta. Para já, aceita libertar os reféns israelitas.
Mahmoud Issa
Ricardo Jesus Silva 03 de Outubro de 2025 às 21:09

Horas depois de Donald Trump, Presidente dos EUA, ter pressionado o Hamas a aceitar a proposta de paz esboçada por Washignton e já aprovada por Israel, o movimento palestiniano decidiu concordar com, pelo menos, uma das condições presentes no plano. O Hamas aceitou libertar todos os reféns israelitas e devolver restos mortais às famílias, de acordo com um comunicado emitido esta sexta-feira à noite pelo grupo. 

"De forma a garantir o fim da guerra e a retirada total da Faixa de Gaza, o movimento [Hamas] concorda em libertar todos os prisioneiros israelitas — vivos e mortos — de acordo com a fórmula de troca delineada na proposta do presidente Trump, e dependendo das condições necessárias no terreno para a realização da troca", afirma o grupo.

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Em relação à maioria das restantes condições impostas pela Casa Branca, e que retiram o Hamas do futuro político do enclave, o movimento demonstra a sua "disponibilidade para se envolver imediatamente — através de mediadores — em negociações para discutir os detalhes da proposta". Alguns dos 20 pontos enumerados no acordo "exigem uma posição nacional unificada e devem ser abordadas com base nas leis e resoluções internacionais relevantes", acrescenta o grupo. 

No início da tarde desta sexta-feira, o , ameaçando o grupo terrorista com "um inferno, como jamais se viu antes" e afirmando ainda que "a paz vai chegar ao Médio Oriente - de uma maneira ou de outra". Agora, e numa tentativa de apaziguar ao ânimos, o movimento palestiniano vem agradecer os esforços de Donald Trump de acabar com a guerra na Faixa de Gaza, bem como da comunidade internacional

No arranque da semana, que já levou várias organizações internacionais, , a acusarem Israel de estar a cometer um genocídio no pequeno território localizado na costa oriental do Mar Mediterrâneo. O plano foi apresentado pelo Presidente norte-americano ao lado do seu homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, e, já na altura, Donald Trump tinha avisado o Hamas que, caso não chegasse a acordo, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) teriam o apoio total dos EUA para destruir o grupo.

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O plano compreende a libertação de todos os reféns capturados pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro de 2023 e devolução de todos os restos mortais em 72 horas, em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinianos detidos neste momento por Israel. Além disso, este acordo impediria o grupo considerado terrorista pelos EUA e pela União Europeia de continuar a operar em Gaza após o fim da guerra e estipula ainda que Tel Aviv não poderá ocupar ou anexar o enclave. Apesar de algumas reservas com alguns pontos do plano, vários líderes árabes e muçulmanos têm pressionado o Hamas a aceitar o acordo, de forma a pôr fim à crise humanitária que se vive no território.

Caso o grupo acabe por não dar a "luz verde" ao plano, as forças israelitas já avisaram que vão continuar a avançar com a ofensiva militar contra Gaza, com um dos grandes objetivos a curto prazo a ser o controlo da cidade de Gaza no norte do enclave. No entanto, esta não seria a primeira vez que as duas partes chegam a um acordo para parar, mesmo que temporariamente, este conflito. No início do ano, o Hamas e Israel chegaram a um acordo de cessar-fogo - que acabou por não ser cumprido, com ambas as partes a acusarem-se mutuamente de violações do plano.

(Notícia atualizada às 21h22)

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