Soros ataca China em Davos: Xi é "o mais perigoso opositor das sociedades abertas"

O bilionário de origem húngara defendeu que os Estados Unidos deveriam parar as disputas com os outros países e focar-se na China.
Reuters
Rita Faria 25 de Janeiro de 2019 às 11:58

O investidor multimilionário George Soros usou o seu discurso anual no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, para lançar um ataque cerrado à China e ao seu presidente Xi Jinping.

 

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O investidor alertou para os perigos da utilização da inteligência artificial e da aprendizagem automática por parte de Pequim para exercer um controlo totalitário no país, um cenário que coloca "riscos sem precedentes".

 

"A China não é o único regime autoritário do mundo, mas é o mais rico, o mais forte e o mais avançado em termos tecnológicos", destacou Soros, acrescentando que isso "torna Xi Jinping no mais perigoso opositor das sociedades abertas".

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George Soros, um dos maiores doadores do Partido Democrata dos Estados Unidos, também não passou ao lado da guerra comercial promovida pela administração Trump, e aproveitou o seu discurso para criticar a posição do governo norte-americano em relação à China.  

 

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O bilionário defendeu que os Estados Unidos deveriam parar as disputas comerciais com uma série de países e focar-se apenas na China, o único que, na sua opinião, representa de facto uma ameaça.

"Em vez de travarem uma guerra comercial com praticamente todo o mundo, os EUA deveriam concentrar-se na China", afirmou, sublinhando ainda que Washington deveria reprimir empresas chinesas de tecnologia como a Huawei e a ZTE que representam "um risco inaceitável para o resto do mundo".

Mais amplamente, Soros alertou que os regimes repressivos poderiam utilizar a tecnologia para controlar seus cidadãos, no que ele chamou de "uma ameaça mortal para as sociedades abertas".

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O bilionário, de 88 anos, usou o sistema de créditos sociais que está a ser estudado na China como um exemplo dos instrumentos que o país está a utilizar para subjugar a população e controlar totalmente a sociedade.

 

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"O sistema de créditos sociais ainda não está totalmente operacional, mas é claro o seu objetivo. Vai subordinar o destino das pessoas aos interesses do Estado de uma forma que não tem precedentes na história", frisou.

 

Anunciado pela primeira vez em 2014, o sistema gerido pelo governo fará uma monitorização de elementos do comportamento das pessoas e determinará alguns privilégios ou penalizações com base na pontuação individual.

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A China está a testar o sistema em vários locais com o objetivo de o alargar a todo o país já em 2020.

 

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China diz que críticas de Soros "não têm significado"

O governo chinês já reagiu às críticas de George Soros, dizendo que os seus comentários não têm qualquer "significado".

 

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Questionada sobre o tema, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que os comentários de certos indivíduos que "invertem o certo e o errado" não fazem qualquer sentido "e não merecem ser refutados".

 

"Esperamos que o americano importante possa corrigir a sua atitude, não ser míope e ter uma opinião objetiva, racional e correta sobre o desenvolvimento da China", acrescentou Hua em declarações aos jornalistas, citada pela Reuters.  

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