A partir de segunda-feira, EUA e China aumentam entre si as taxas portuárias
O assunto parecia relativamente esquecido, mas não para os governantes chineses. Em abril, os EUA anunciaram a imposição de uma nova tarifa portuária para todos os navios chineses que atracassem em território americano – tendo ficado na altura definido que os novos custos seriam aplicados a partir da próxima segunda-feira, 14 de outubro. Com o aproximar da data, a China decidiu reagir nesta sexta-feira na mesma moeda – os navios americanos que atracarem em portos chineses terão de pagar uma nova taxa.
A China vai cobrar 400 yuans (cerca de 56 dólares ou 48 euros ao câmbio atual) por cada tonelada de carga transportada pelos navios americanos. O valor fica em linha com aquele que será cobrado pelos EUA, na ordem dos 50 dólares por tonelada de carga para os navios de origem chinesa.
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O ministério dos Transportes da China diz que as taxas aplicam-se a navios detidos por empresas, organizações ou pessoas americanas, mesmo que só detenham 25% do transporte. Navios mercadores com bandeira americana ou feitos em território norte-americano também serão taxados.
"No curto prazo, isto vai resultar num aumento dos custos para os consumidores americanos, numa diminuição dos lucros para as transportadoras e num pequeno declínio da procura de exportações para os EUA em determinadas categorias [de produtos]", comentou Michael Hart, presidente da Câmara do Comércio Americana na China, em declarações à CNBC.
A retaliação chinesa acontece numa nova fase de crispação entre os EUA e a China. O país asiático decidiu impor restrições à exportação dos chamados mineiras raros, importantes para diferentes indústrias, incluindo a dos semicondutores e da defesa, o que já motivou uma reação dura do Presidente dos EUA, Donald Trump. O líder americano considerou "não haver razão" para se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, e ameaçou impor um "aumento maciço" das tarifas sobre produtos chineses. Os efeitos nos mercados foram imediatos.
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Donald Trump tinha um encontro marcado com Xi Jinping, no final do mês, numa cimeira que vai realizar-se na Coreia do Sul.
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