Ameaças de Trump à China pintam Europa de vermelho. Índices sofrem perdas pesadas
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta sexta-feira.
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Ameaças de Trump à China pintam Europa de vermelho. Índices sofrem perdas pesadas
Os principais índices europeus fecharam a última sessão da semana pintados de vermelho, influenciados pelas afirmações do Presidente norte-americano, Donald Trump, que disse não ver “razão” para se reunir com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, além de ter ameaçado Pequim com um forte aumento das tarifas sobre produtos chineses - isto enquanto prosseguem as negociações comerciais entre os dois maiores blocos económicos do mundo.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – recuou 1,25%, para os 564,16 pontos, afastando-se dos máximos atingidos no início desta semana.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX caiu 1,50%, o espanhol IBEX 35 cedeu 0,69%, o italiano FTSEMIB desvalorizou 1,74%, o francês CAC-40 perdeu 1,53%, o britânico FTSE 100 recuou 0,86% e o neerlandês AEX afundou 1,87%.
O Stoxx 600 foi pressionado pelas fabricantes de automóveis e empresas de mineração expostas à China. Além disso, também o setor tecnológico foi responsável pelas pesadas perdas no Velho Continente, com a SAP a desvalorizar mais de 3% e a ASML a recuar 4,22%.
“Acontece que a ameaça das tarifas não vai desaparecer e o comportamento errático de Trump continuará a assustar os investidores de vez em quando”, disse à Bloomberg Joachim Klement, da Panmure Liberum. “Os investidores precisam de reavaliar as suas expectativas em relação à inflação nos EUA e à facilidade com que as empresas americanas irão digerir as tarifas”, acrescentou o mesmo especialista.
Além das afirmações de Trump, os investidores também aguardam por notícias vindas de França, onde se espera que o Presidente Emmanuel Macron nomeie um novo primeiro-ministro até ao final do dia de hoje, após a demissão de Sébastien Lecornu.
O otimismo de que a crise política no país poderá ser, para já, contida, após Lecornu ter afirmado na quarta-feira que haveria uma maioria no parlamento que rejeita eleições legislativas antecipadas, reduziu as perdas das ações francesas.
Nesta linha, “o clima mudou desde o início da semana e há menos preocupações sobre como a situação política poderá evoluir”, afirmou Karen Georges, da Ecofi.
O principal índice do Velho Continente atingiu um novo recorde no início desta semana, embora os riscos políticos em França tenham moderado os ganhos impulsionados pelo otimismo em torno da inteligência artificial.
Quanto aos setores, as “utilities” (+0,38%), o imobiliário (+0,25%) e as telecom (+0,11%) foram os únicos a valorizar. Por outro lado, o tecnológico (-3,08%) registou as maiores perdas, acompanhado pela desvalorização do setor dos recursos naturais (-2,49%).
Entre os movimentos do mercado, a ArcelorMittal caiu quase 6% depois de o Goldman Sachs ter revisto em baixa a recomendação das ações da siderúrgica de “compra” para “neutra”. Já as fabricantes automóveis, como a Stellantis (-7,27%), a BMW (-2,27)% ou a Porsche (-1,90%), foram pressionadas pelas ameaças de Trump à China.
Juros afundam na Zona Euro após ameaça de Trump à China
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro encerraram a sessão desta sexta-feira com alívios substanciais, num dia em que os mercados fugiram do risco e procuraram refúgio em ativos mais seguros, isto depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter ameaçado a China com um "aumento maciço" das tarifas sobre produtos importados do país asiático - em resposta à restrição às exportações de terras raras por parte da nação liderada por Xi Jinping.
Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, cederam 5,9 pontos base para 2,643%, enquanto a "yield" das obrigações francesas caiu 4,6 pontos para 3,477%. O "spread" entre as duas dívidas, que atingiu máximos do ano no rescaldo da demissão de Sébastien Lecornu de primeiro-ministro de França, encontra-se agora nos 83,4 pontos.
Pela Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade deslizaram 5,1 pontos base para 3,041% e os da espanhola cederam 4,8 pontos para 3,194%. Por Itália, a "yield" das obrigações a dez anos aliviou 4,7 pontos para 3,460%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas também registaram alívios substanciais, ao caírem 7 pontos base para 4,673%, enquanto nos EUA os juros das "Treasuries" afundam 7,9 pontos para 4,059%.
Euro e iene caminham para maior perda semanal em cerca de um ano
O iene segue a negociar de forma estável esta sexta-feira, mas está ainda assim a caminho da maior queda semanal em um ano, com os “traders” a avaliarem a redução das hipóteses de um aumento das taxas de juros no país no curto prazo, enquanto o euro permanece próximo de mínimos de dois meses devido à crise política em França.
A esta hora, o dólar recua 0,30% para os 152,610 ienes.
A forte queda da divisa japonesa dos últimos dias foi impulsionada por preocupações de que o Banco do Japão possa não aumentar as taxas de juro novamente este ano, após a vitória de Sanae Takaichi para liderar o partido no poder, conhecida por defender uma política fiscal expansionista.
Takaichi estaria prestes a tornar-se na primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Japão, numa votação no parlamento prevista para o dia 15 de outubro. Mas essa data deverá ser adiada, depois de o Komeito, parceiro de coligação do Partido Liberal Democrático agora liderado por Takaichi, ter retirado o seu apoio ao partido no poder, rompendo uma aliança de 26 anos.
Os "traders" estão atualmente a prever uma probabilidade de cerca de 45% de um aumento das taxas diretoras pelo Banco do Japão na sua reunião de dezembro.
Já o euro está a caminho da sua maior queda semanal dos últimos 11 meses, à medida que a turbulência política em França pesa fortemente sobre a moeda única.
O Presidente Emmanuel Macron estará à procura de mais um primeiro-ministro, na esperança de que a sua próxima escolha – a sexta em menos de dois anos – consiga levar à aprovação de um orçamento num parlamento extremamente fraturado.
A moeda única ganha ligeiros 0,03%, para 1,157 dólares. Ainda pela Europa, a libra desvaloriza 0,12% para os 1,329 dólares.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar cede 0,21%, para 99,328 pontos, numa altura em que prossegue o “shutdown” do Governo Federal norte-americano.
Ouro sustenta oitava semana de ganhos com apostas em cortes da Fed. Prata perto de máximos de 40 anos
O ouro mantém-se em alta esta sexta-feira, consolidando uma sequência de oito semanas consecutivas de ganhos, impulsionado pela procura de ativos de refúgio e pela expectativa de cortes nas taxas de juro da Reserva Federal dos EUA ainda este mês. A esta hora, o metal precioso sobe 0,33% para 3.990,17 dólares por onça, depois de uma correção pontual no dia anterior, enquanto a prata dispara 2,61% para 48,39 dólares, perto dos níveis mais altos desde 1980. Já a platina avança 0,71% para 1.635,05 dólares.
O ouro acumula um ganho semanal de cerca de 2,6%, sustentado por expectativas de cortes de juros e pela crescente incerteza económica e política. “Parece que as expectativas de cortes da Fed e as preocupações com a sustentabilidade fiscal global estão a apoiar os preços do ouro”, afirmou Hamad Hussain, economista de matérias-primas da Capital Economics, citado pela Reuters.
O metal tem mostrado sinais técnicos de "cansaço" após o "rally" recorde que o levou a máximos históricos de 4.059 dólares por onça na quarta-feira. “O forte ímpeto que vinha a gerar novos máximos deu lugar a alguma tomada de lucro”, observou Chris Weston, diretor de investigação da Pepperstone Group, citado pela Bloomberg, acrescentando que muitos investidores decidiram “reduzir exposição e consolidar ganhos”.
Ainda assim, o ouro mantém-se sustentado por um contexto de procura robusta por parte dos bancos centrais, entradas em fundos cotados e receios persistentes quanto ao valor do dólar e à trajetória da inflação.
A estrela da semana, porém, foi a prata. O metal atingiu máximos históricos no mercado londrino, aproximando-se dos 51 dólares por onça, impulsionado por uma escassez sem precedentes de oferta física. O custo de empréstimo de prata a um mês em Londres atingiu um recorde anualizado de 35%, refletindo uma “compressão histórica” no mercado. A diferença entre o mercado norte-americano e o londrino chegou a superar os 2,5 dólares por onça, com os “traders” a aproveitarem o diferencial para enviar metal dos EUA para o Reino Unido.
Petróleo cai para mínimos de quatro meses com trégua em Gaza e receios de excesso de oferta
Os preços do petróleo voltam a cair esta sexta-feira, prolongando as perdas da véspera, à medida que o mercado reage com cautela ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e à perspetiva de um novo excedente global de oferta. O West Texas Intermediate (WTI) recua 2,31%, para 60,09 dólares por barril, enquanto o Brent desvaloriza 2,12% para 63,84 dólares, sendo estes os níveis mais baixos desde junho.
O movimento reflete um alívio das tensões no Médio Oriente e o impacto esperado do aumento de produção da OPEP+ e de produtores independentes, após a aliança ter decidido elevar as quotas no fim de semana passado para recuperar quota de mercado. “Estamos a caminho de um fecho semanal desafiante abaixo dos 65 dólares, o que deve atrair a atenção dos vendedores”, afirmou Ole Hansen, chefe de estratégia de matérias-primas do Saxo Bank, citado pela Bloomberg, sublinhando que as perdas foram impulsionadas “pelo acordo de paz entre Israel e o Hamas”.
A trégua, ratificada esta sexta-feira pelo governo israelita, prevê a libertação de reféns em troca de prisioneiros e o início da retirada parcial de tropas de Gaza, marcando o primeiro passo de um plano mediado pelos Estados Unidos. “Finalmente ter algum tipo de processo de paz no Médio Oriente está a baixar a tensão”, observou Bjarne Schieldrop, analista-chefe de matérias-primas no SEB, citado pela Reuters, acrescentando que o acordo pode reduzir os receios sobre a passagem de petroleiros pelo Canal do Suez e pelo Mar Vermelho.
Apesar do tom negativo do dia, o “benchmark” do Brent continua ligeiramente positivo na semana, com uma valorização próxima de 1%, enquanto o WTI acumula uma perda semanal de 0,5%. Analistas da ANZ sublinham que a atenção dos investidores regressa agora ao “iminente excesso de oferta”, à medida que a OPEP+ avança com o desmantelamento dos cortes de produção.
O impacto foi atenuado por um aumento de produção “inferior ao esperado” acordado pelo grupo para novembro, o que, segundo a BMI, “impediu que as expectativas de um aumento acentuado na oferta se traduzissem em quedas muito mais pronunciadas”.
Nos Estados Unidos, as preocupações com um eventual “shutdown” prolongado do governo continuam a pesar no sentimento do mercado, alimentando receios sobre o impacto económico e a procura de energia na maior economia mundial. Paralelamente, novas sanções de Washington a um terminal de importação e a uma refinaria privada chinesa envolvidas no comércio de petróleo iraniano voltaram a agitar as rotas asiáticas, enquanto Pequim respondeu com taxas adicionais sobre navios norte-americanos.
Com o foco a deslocar-se do risco geopolítico para os fundamentos de oferta e procura, os analistas alertam que o petróleo poderá enfrentar uma pressão adicional caso os sinais de abrandamento económico se confirmem nas próximas semanas.
Wall Street negoceia no verde. Investidores atentos a "earnings season" e avaliação das ações
Wall Street negoceia nesta sexta-feira com ganhos contidos, no final de uma semana volátil para os principais índices do lado de lá do Atlântico, à medida que os investidores seguem a avaliar a sustentabilidade do recente “rally”, com algumas preocupações a surgirem quanto à possível sobreavaliação das cotadas norte-americanas – especialmente as ligadas à área e desenvolvimento da inteligência artificial (IA).
O S&P 500 avança 0,18%, para os 6.747,45, o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,21% para os 23.072,37. Já o Dow Jones ganha 0,30% para os 46.497,62.
Os investidores estão agora a seguir de perto o início da época de resultados do terceiro trimestre nos EUA, para avaliar se as ações estarão ou não sobreavaliadas. “As quedas no complexo acionista ainda devem ser vistas como oportunidades de compra, com o caminho de menor resistência a continuar a levar a valorizações, entre um crescimento económico resiliente nos EUA e um cenário de política mais flexível da Fed”, disse à Bloomberg Michael Brown, da Pepperstone Group.
E mesmo que o setor da tecnologia esteja a liderar a recuperação do S&P 500, outros setores, como fabricantes de equipamentos elétricos e empresas de construção, também têm vindo a beneficiar dos gastos com IA, ampliando a recuperação dos ativos de risco a outros setores, de acordo com Wolf von Rotberg, do Bank J Safra Sarasin.
Mas com o índice de referência agora no seu nível mais caro em quase 25 anos, com base no rácio preços/lucros estimados, as avaliações parecem demasiado elevadas para serem confortáveis, afirmou o mesmo especialista. “Embora a narrativa da IA tenha permanecido inalterada ultimamente, aconselhamos cautela em perseguir o mercado após uma recuperação tão forte e com estas avaliações”, afirmou ainda Von Rotberg.
Entre os movimentos do mercado, a Intel valoriza mais de 4% a esta hora, depois de a fabricante de chips ter lançado novos produtos. Já a Qualcomm segue a perder 1,30%, após a China ter iniciado uma investigação “antitrust” sobre a sua aquisição de uma empresa de tecnologia para veículos conectados.
Entre as “big tech”, a Nvidia ganha 0,026%, a Alphabet sobe 0,40%, a Microsoft avança 0,024%, a Meta cede 0,68%, a Apple soma 0,51% e a Amazon desvaloriza 0,37%.
Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu esta sexta-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a quinta-feira.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que recuou para 2,009%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,099%) e a 12 meses (2,202%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou, ao ser fixada em 2,099%, menos 0,005 pontos do que na quinta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também caiu, ao ser fixada em 2,202%, menos 0,007 pontos do que na sessão anterior.
A Euribor a três meses desceu para 2,009%, menos 0,016 pontos do que na quinta-feira.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Bolsas europeias avançam com perspetivas de maior estabilidade política em França
As principais bolsas europeias iniciaram a negociação esta sexta-feira em terreno positivo, apoiadas pelo alívio das tensões políticas em França e pela expectativa de que Emmanuel Macron anuncie o novo primeiro-ministro ainda hoje. O Stoxx 600 segue em alta ligeira, com um avanço de 0,08% para 571,78 pontos, caminhando para o terceiro ganho semanal consecutivo, sustentado pela valorização dos setores automóvel e de consumo, enquanto energia e matérias-primas recuam.
Em Lisboa, o PSI recua ligeiramente 0,06% para 8.225,29 pontos, contrariando a tendência dos restantes índices europeus, juntamente com Londres, onde o FTSE 100 perde 0,12% para 9.497,91 pontos. Já em Paris, o CAC 40 sobe 0,51% para 8.082,07 pontos, recuperando o terreno perdido no início da semana. O DAX alemão valoriza 0,29% para 24.683,48 pontos e o FTSE MIB de Milão regista um avanço de 0,48% para 42.996,91 pontos. Já o IBEX 35 espanhol sobe 0,80% para 15.708,70 pontos e Amesterdão mantém-se inalterado nos 9.547,91 pontos.
Entre os setores, os maiores destaques positivos vão para o automóvel (+1,33%), banca (+0,66%), telecomunicações (+0,60%), químicas (+0,56%) e “utilities” (+0,46%). Pelo lado negativo, destacam-se as quedas nas matérias-primas (-1,12%), energia (-0,80%) e tecnologia (-0,35%), penalizadas pelo recuo das ações da ArcelorMittal, que caiu até 5,2% após a revisão em baixa do seu rating por parte do Goldman Sachs.
A Bloomberg refere que, apesar da instabilidade política em França, o sentimento de mercado melhorou face ao início da semana, com os investidores mais confiantes de que a situação estará sob controlo.
Juros europeus aliviam antes de nomeação do novo primeiro-ministro francês
Os juros da dívida soberana europeia recuam esta sexta-feira, com destaque para França, onde os juros descem antes de Emmanuel Macron anunciar o novo primeiro-ministro.
A rendibilidade das “bunds” alemãs, referência para a região, recua 1,6 pontos-base para 2,686%. Em França, a queda é de 2 pontos-base para 3,502%, enquanto em Itália os juros descem 1,6 pontos base para 3,490%. Em Espanha, a descida é de 1,3 pontos-base para 3,229%, e em Portugal a dívida a dez anos desvaloriza 1,4 pontos-base para 3,078%.
Fora da Zona Euro, as “gilts” britânicas também aliviam, com a taxa a dez anos a recuar 2 pontos-base para 4,723%, num mercado atento aos sinais de abrandamento no ritmo de contração do emprego, segundo a Bloomberg.
Iene volátil com crise na aliança governamental. Euro em mínimos de dois anos
O iene japonês está a negociar em alta em relação ao dólar e ao euro, depois de ter atingido o nível mais fraco desde fevereiro esta sexta-feira face à divisa americana. A divisa nipónica caminha, ainda assim, para a maior queda semanal em um ano, de 3,5%.
O país atravessa mudanças políticas que têm mexido com o mercado cambial: no início da semana, Sanae Takaichi tornou-se na nova líder do Partido Liberal Democrático, o partido no poder há várias décadas. A nova líder, que deverá assumir o cargo de primeira-ministra em breve, é a favor de um corte nas taxas de juro pelo Banco do Japão.
O dólar cede 0,3% para 152,62 ienes, enquanto o euro perde 0,07% para 176,88 ienes. Por sua vez, o euro sobe 0,21% para 1,1586 dólares. O índice DXY do dólar recua 0,31% para 99,2320 pontos.
"A recuperação do iene deverá ser de curto prazo e insustentável", disse Chidu Narayanan, estratega da APAC, à Bloomberg. "O aumento da turbulência política no Japão pesará sobre os ativos japoneses. A saída do Komeito aumenta a probabilidade de resultados em que uma expansão fiscal maior é mais provável, o que deve pesar", acrescentou.
O euro estava perto das mínimos de dois meses, com os investidores à espera de saber quem é que Emmanuel Macron nomeará para o sexto primeiro-ministro de França em menos de dois anos.
Ouro abaixo dos 4 mil dólares. Sobe 2,2% na semana
Os preços do ouro estão a subir 0,24% para 3.986,25 dólares por onça, ainda que o acordo de paz no Médio Oriente, entre Israel e o Hamas, está a tirar força à procura de ativos refúgio, como o metal amarelo.
Ainda assim, caminha para oitava semana consecutiva de ganhos, impulsionado pelas tensões geopolíticas e económicas, bem como pelo aumento das expectativas de novos cortes nas taxas de juro dos EUA.
Na sessão anterior, o ouro tinha já perdido 1,6%. Segundo a Bloomberg, há indicadores técnicos que mostram que o metal precioso esteve em território de sobrecompra durante grande parte do último mês, levando alguns investidores a garantir lucros após uma rápida sequência de quatro dias de ganhos, que empurrou os preços para um recorde de 4.059,31 dólares por onça na quarta-feira.
A prata está a ganhar, ainda que abaixo dos máximos de quatro décadas que atingiu na sessão de ontem, nos 51,235 dólares por onça, após uma subida de 4,8%. Esta sexta-feira, escala 2,84% para 50,6827 dólares por onça.
Acordo de paz no Médio Oriente continua a tirar força ao petróleo
Os preços do petróleo estão a recuar esta sexta-feira, após perderem 1,6% na sessão anterior, à medida que o prémio de risco diminuiu depois de Israel e o Hamas terem aprovado a primeira fase do acordo de paz, que visa libertar os reféns detidos pelo Hamas e pôr fim ao conflito em Gaza. O acordo foi também ratificado pelo governo israelita na quinta-feira.
O Brent, referência europeia, recua 0,72% para 64,74 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), referência americana, cede 0,7% para 61,08 dólares.
O plano de paz surge justamente numa altura em que o mercado enfrenta a pressão de um excedente no final do ano e em 2026.
"Este acordo fez com que o foco do mercado voltasse para o excedente de crude, à medida que a OPEP+ (Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados) prossegue com o fim dos cortes de produção", disse Daniel Hynes, analista na ANZ, à Reuters. O cartel decidiu, no passado fim de semana, colocar mais 137 mil barris por dia de crude no mercado a partir de novembro.
Este foi um aumento menor do que o esperado na produção, aliviando algumas das preocupações com excesso de oferta.
"As expectativas do mercado de um aumento acentuado na oferta de petróleo bruto não se manifestaram em preços significativamente mais baixos", disseram analistas da BMI, em nota. "O aumento mais recente na produção da OPEP é menor do que o temido anteriormente, contribuindo para um ligeiro aumento nos preços na semana", disseram.
Os investidores também estão preocupados que uma paralisação prolongada do Governo dos EUA possa prejudicar a economia americana e a procura por petróleo daquele que é o maior consumidor de petróleo bruto do mundo.
Ásia mergulha no vermelho pressionada pelas tecnológicas e crise política no Japão
Os ganhos das ações asiáticas foram interrompidos por novas preocupações de que as apostas das empresas de tecnologia em inteligência artificial (IA) tenham ido longe demais, sobretudo na negociação na China e no Japão. Os investidores temem ainda uma queda da coligação de governação do Japão esta sexta-feira.
“Algumas áreas do mercado parecem sobreaquecidas”, disse Keith Lerner, da Truist Advisory Services, à Bloomberg. "O longo período sem uma retração significativa deixa o mercado mais sensível a surpresas negativas", acrescentou.
As ações de chips na Ásia, especialmente no Japão, subiram no início deste mês, depois de empresas como a Hitachi e a Fujitsu terem formado alianças com as norte-americanas OpenAI e a Nvidia. Já esta sexta-feira, a Semiconductor Manufacturing International caiu 7,25% depois de algumas corretoras terem reduzido a margem de financiamento das ações para zero, justificando a decisão com avaliações elevadas. Um indicador das ações de tecnologia chinesas em Hong Kong estava a caminho da sua pior semana desde o início de agosto.
No Japão, a imprensa do país avançou que o partido de coligação minoritário do Partido Liberal Democrata (PLD) de Sanae Takaichi, o Komeito, indicou que está a planear retirar-se da aliança de governo. A coligação manteve a estabilidade política dos governos do PLD durante a maior parte do último quarto de século.
No Japão, o Topix derrapou 1,82% para 3.198,64 pontos, enquanto o Nikkei 225 perdeu 1% para 48.088,80 pontos. Na China, o Shangai Composite desceu 1,12% para 3.889,92 pontos e o Hang Seng, em Hong Kong, cedeu 1,77% para 26.279,59 pontos. Em contraciclo, o sul-coreano Kospi ganhou 1,73% para 3.610,60 pontos após voltar de uma semana de feriado, com a Samsung a ganhar mais de 6%.
"A tecnologia chinesa está a iniciar o quarto trimestre com alguma tomada de mais-valias por parte dos investidores, após um terceiro trimestre brilhante, o que está a pesar no índice", afirmou Marvin Chen, estratega da Bloomberg Intelligence.
As ações das empresas chinesas de baterias caíram, uma vez que o país irá impor controlos à exportação de algumas baterias de lítio, materiais críticos e tecnologia e equipamentos relacionados, a partir de 8 de novembro.
Pela Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 estavam quase inalterados. Os investidores estarão atentos à evolução da política francesa, já que o presidente Emmanuel Macron afirmou que nomearia um novo primeiro-ministro até esta sexta-feira à noite - uma decisão que vai definir o resto do seu mandato e vai colocar em jogo a estabilidade do país e da sua economia, a segunda maior da Zona Euro.
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