China ameaça “lutar até ao fim” se EUA mantiverem tarifas

“Se quiserem lutar, lutaremos até ao fim; se quiserem falar, a porta está aberta”, declarou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado, em resposta ao anúncio da Casa Branca de aplicação de tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e outras medidas restritivas.
Bandeiras dos EUA e da China
Martial Trezzini | AP
Lusa 07:28

A China advertiu esta terça-feira os Estados Unidos de que está disposta a “lutar até ao fim” se Washington insistir na imposição de novas tarifas e restrições comerciais, embora tenha reiterado a abertura ao diálogo.

“Se quiserem lutar, lutaremos até ao fim; se quiserem falar, a porta está aberta”, declarou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado, em resposta ao anúncio da Casa Branca de aplicação de tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e outras medidas restritivas.

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Pequim defendeu que as recentes limitações impostas à exportação de terras raras e produtos associados são “ações legítimas” ao abrigo da legislação nacional e sublinhou que não se tratam de uma proibição total, já que os pedidos que cumpram os requisitos “continuarão a ser aprovados como antes”.

Segundo o ministério, a China notificou previamente os Estados Unidos sobre essas medidas através do mecanismo bilateral de diálogo sobre controlo de exportações.

As autoridades chinesas acusam Washington de “abusar do conceito de segurança nacional” e de ter introduzido “uma série de restrições discriminatórias” desde a última ronda de negociações comerciais, realizada em setembro, em Madrid.

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O porta-voz instou os Estados Unidos a “corrigirem os seus erros”, demonstrarem “sinceridade genuína” e a trabalharem “na mesma direção” que a China para retomar o caminho do diálogo económico.

Ainda assim, Pequim recordou que “ambos os países partilham amplos interesses comuns e um grande espaço de cooperação” e que o confronto “prejudica ambas as partes”.

O comunicado indica que os dois países mantêm contactos no âmbito do mecanismo de consultas económicas e comerciais e que realizaram inclusive uma “reunião técnica” na segunda-feira.

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No entanto, criticou o facto de os EUA tentarem dialogar “enquanto ameaçam com novas sanções”, considerando que “não é a forma adequada de lidar com a China”.

A troca de declarações surge num momento de renovadas tensões comerciais, depois de a China ter anunciado, na semana passada, novas restrições à exportação de terras raras e de Washington ter respondido com a ameaça de duplicar as tarifas sobre produtos chineses.

Na sexta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou já não ver motivos para se reunir com o homólogo chinês, Xi Jinping, na cimeira da APEC prevista para o final do mês na Coreia do Sul, embora ambos os países garantam que o contacto diplomático “se mantém aberto”.

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