Japão ameaça intervir para travar desvalorização do iene apesar subida de juros

A prudência mostrada pelo banco central nipónico motivou a venda da moeda japonesa e impulsionou a Bolsa de Tóquio, onde os exportadores beneficiam de uma moeda mais fraca.
Japão ameaça intervir para travar desvalorização do iene apesar subida de juros
Ayaka McGill / Associated Press
Lusa 07:31

O Governo japonês alertou esta segunda-feira que tomará "medidas apropriadas" contra movimentos excessivos do iene, após a moeda continuar a desvalorizar-se, apesar da subida das taxas de juro decidida na semana passada pelo banco central.

"Estamos preocupados com movimentos unilaterais e rápidos da moeda", declarou o vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais, Atsushi Mimura, em declarações à imprensa citadas pela agência Kyodo, acrescentando que o Executivo poderá agir para conter flutuações abruptas.

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A moeda japonesa era esta segunda-feira negociada em torno dos 157,2 ienes por dólar (184,5 por euro), o nível mais fraco em cerca de um mês, e aproximava-se do seu mínimo histórico face ao euro, em torno dos 184,2 ienes por unidade.

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Atual taxa de juro de referência do Japão,  o valor mais elevado desde 1995

Declarações semelhantes por parte das autoridades japonesas antecederam no passado intervenções diretas nos mercados cambiais, com compras de ienes para travar a desvalorização da divisa.

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A queda do iene prossegue apesar de o Banco do Japão (BoJ) ter decidido na sexta-feira .

O governador do BoJ, Kazuo Ueda, afirmou após a decisão que os juros reais permanecem "extremamente baixos", mas indicou que futuras subidas dependerão das condições económicas, num tom interpretado como demasiado cauteloso pelos mercados.

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A prudência do banco central motivou a venda da moeda japonesa e impulsionou a Bolsa de Tóquio, onde os exportadores beneficiam de uma moeda mais fraca.

Paralelamente, o rendimento da dívida pública japonesa a 10 anos subiu para 2,095%, o valor mais alto desde 1999, refletindo a crescente preocupação com a saúde orçamental do país -- o mais endividado entre as grandes economias -- face aos planos de despesa do novo Governo liderado pela primeira-ministra Sanae Takaichi.

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