Primeiro-ministro do Japão anuncia demissão

Shigeru Ishiba, de 68 anos, anunciou a saída este domingo, em conferência de imprensa. Mantém-se em funções até o seu partido, PLD, encontrar nova liderança. Montenegro chega a Tóquio em plena crise política.
Shigeru Ishiba, primeiro-ministro Japão
LUSA_EPA
Negócios 11:10

O primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba anunciou este domingo que decidiu demitir-se, abrindo portas à paralisia política naquela que é a quarta maior economia do mundo. O objetivo de Ishiba é conter a divisão política que há semanas marca a vida interna do seu partido, o Partido Liberal Democrático (PLD).

Ishiba, de 68 anos, instruiu o seu PLD a realizar uma eleição de emergência para a liderança, disse numa conferência de imprensa este domingo, acrescentando que continuará as suas funções até que o seu sucessor seja eleito.

PUB

Ishiba tomou posse em outubro passado e comprometeu-se a combater a inflação, bem como a reformar o seu partido. No entanto, o PLD tem estado envolvido numa série de escândalos de angariação de fundos para campanhas políticas, segundo a estação japonesa NHK.

Pouco depois de ter chegado ao poder, o PLD e o seu parceiro de coligação, o Komeito, perderam a maioria numa eleição para a Câmara Baixa. A coligação no poder também não conseguiu obter a maioria numa eleição para a Câmara Alta, em julho.

No meio de crescentes apelos para que Ishiba assumisse a responsabilidade pelo resultado eleitoral, esperava-se que o PLD decidisse, na segunda-feira, se realizaria uma eleição especial para a liderança.

PUB

Segundo a televisão japonesa NHK, Ishiba encontrou-se no sábado passado com o ex-primeiro-ministro Suga Yoshihide e com o ministro da Agricultura Koizumi Shinjiro, relatando que Suga e Koizumi terão dito a Ishiba que a unidade do partido era mais importante do que qualquer outra coisa e sugerido que se demitisse.

De acordo com o sistema parlamentar do Japão, o dirigente do partido governante (ou o líder de uma coligação) torna-se primeiro-ministro. No pós-Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro japonês tem sido sempre do LDP. Ishiba tinha chegado ao cargo em outubro do ano passado, após a saída de Fumio Kishida que tinha deixado o cargo após notícias de escândalos de doações políticas não registadas.

PUB

 O atual sistema de governo do Japão baseia-se na Constituição de 1946. O parlamento japonês, conhecido como Dieta (Kokkai), é composto por duas câmaras: a Câmara dos Deputados, uma câmara baixa, que ele os deputados por quatro anos e é a mais poderosa; a Câmara dos Conselheiros, que tem 248 membros eleitos para mandatos de seis anos.

O primeiro-ministro é escolhido entre os membros da Dieta. Se as duas câmaras discordarem sobre o nome do candidato, a decisão da Câmara dos Deputados prevalece.

Pouco depoia de Ishiba chegar ao poder, no final de 2024, o PLD e o seu parceiro de coligação, o Komeito, perderam a maioria numa eleição para a câmara baixa. A coligação no poder também não conseguiu obter a maioria numa eleição para a câmara alta, em julho.

PUB

O primeiro-ministro português partiu este domingo numa viagem de vários dias pela Ásia, que se iniciará na China onde terá um encontro com o Presidente Chinês, Xi Jinping. Depois, segue para Tóquio chegam em plena crise política no Japão.

Na próxima quinta-feira, a agenda de Luís Montenegro contempla a partida para o Japão, onde são esperados encontros políticos, com o primeiro-ministro demissionário, Shigeru Ishiba, e económicos, com representantes de empresas multinacionais japonesas. Na sexta-feira a viagem termina com a visita à Expo Osaka, onde o primeiro-ministro português e a mulher visitam os pavilhões de Portugal e do Japão.

PUB
Pub
Pub
Pub