Ex-chefe da diplomacia do Japão anuncia candidatura à liderança do partido no poder
O sucessor de Shigeru Ishiba enfrentará problemas difíceis, como o rápido envelhecimento da população, uma dívida pública colossal e uma economia à beira da recessão.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Toshimitsu Motegi, anunciou nesta segunda-feira a candidatura à liderança do partido no poder e ao cargo de primeiro-ministro da quarta maior economia mundial, um dia após a demissão de Shigeru Ishiba.
Ishiba, que assumiu o cargo há menos de um ano, anunciou a sua decisão no domingo, precipitando um novo período de incerteza para o país, que já enfrenta uma inflação galopante e os direitos aduaneiros impostos pelos Estados Unidos sobre as suas exportações.
O Partido Liberal Democrático (PLD, direita conservadora), no poder quase sem contestação no arquipélago há décadas, deve agora organizar uma eleição interna, que poderá ocorrer no início de outubro.
Motegi, um peso-pesado do partido, foi o primeiro a anunciar intenção de se candidatar, declarando querer "fazer o Japão avançar, resolvendo os problemas difíceis a nível nacional e internacional".
O PLD sofreu em julho uma nova derrota nas urnas, perdendo a maioria na Câmara Alta do Parlamento, alguns meses depois de um cenário semelhante na Câmara Baixa.
Ishiba tinha resistido até então aos apelos dos membros do partido para que se demitisse, mas a sua posição tornou-se insustentável, segundo a imprensa japonesa.
Além de Motegi, 69 anos, ex-secretário-geral do PLD e ex-ministro do Comércio, várias personalidades poderão anunciar a candidatura nos próximos dias.
Uma das prováveis candidatas é Sanae Takaichi, 64 anos, uma nacionalista radical com posições ultraconservadoras, que pode tornar-se a primeira mulher primeira-ministra do Japão, se avançar com a candidatura e tiver sucesso.
Outro possível candidato é Shinjiro Koizumi, 44 anos, filho de um ex-primeiro-ministro, recentemente encarregado de baixar os preços do arroz como ministro da Agricultura de Ishiba.
Entre os potenciais líderes do PLD – e, por essa circunstância, chefes do Governo – estão ainda Yoshimasa Hayashi, secretário-geral do Governo de Ishiba, e Takayuki Kobayashi, outro ex-ministro, no caso, da Segurança Económica.
O PLD deve decidir esta semana o método e outros detalhes relativos à eleição do novo presidente.
Uma vez eleito, o novo líder do partido terá ainda de receber a aprovação das duas câmaras do Parlamento para se tornar primeiro-ministro do Japão.
O sucessor de Shigeru Ishiba enfrentará problemas difíceis, como o rápido envelhecimento da população, uma dívida pública colossal e uma economia à beira da recessão.
O arquipélago do Sol Nascente está ainda sob a pressão do seu aliado norte-americano para aumentar ainda mais gastos com defesa e assumir posições mais assertivas em caso de confronto com a China sobre Taiwan.
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