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China quer pôr TikTok e WeChat na mesa de negociações com os EUA

Os negociadores dos Estados Unidos e da China deverão realizar uma reunião virtual ainda esta semana, para avaliar os progressos do acordo de fase um.

Donald Trump, Xi Jinping
Donald Trump, Xi Jinping EPA
12 de Agosto de 2020 às 12:41

Os negociadores da China e dos Estados Unidos deverão debater, ainda esta semana, os progressos do seu acordo comercial parcial, e Pequim quer que essas conversações incluam as recentes medidas anunciadas por Trump contras as empresas que detêm a TikTok e a WeChat.

Segundo fontes citadas pela Bloomberg, será realizada nos próximos dias uma reunião virtual entre os negociadores de Washington e Pequim, em que os responsáveis chineses querem abordar as restrições às tecnológicas do país, para além dos temas que interessam aos norte-americanos, como a compras de bens agrícolas e a taxa de câmbio yuan/dólar.

Do lado dos Estados Unidos, já foi frisado pelas autoridades que o único ponto de cooperação previsto no acordo é o comércio, pelo que haverá relutância em trazer as tecnológicas para a mesa das negociações.

A "única área em que estamos envolvidos é o comércio", afirmou Larry Kudlow, diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, numa conferência de imprensa na terça-feira. "Está tudo bem por agora".

Já esta quarta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, disse que a posição de Pequim quanto à fase um do acordo permanece consistente. A TikTok "é apenas uma plataforma para fornecer entretenimento, lazer, demonstração de talentos e partilha para americanos e pessoas de todo o mundo. Não tem nada a ver com segurança nacional", acrescentou o responsável, criticando os argumentos que estiveram na base das restrições impostas pela administração Trump.

Foi na passada quinta-feira que o presidente Donald Trump assinou duas ordens executivas a proibir os residentes nos Estados Unidos de fazerem negócios com as empresas donas da TikTok e WeChat, com base em argumentos de segurança nacional, devido aos riscos de exposição de dados dos americanos.

A ordem executiva que visa a WeChat bloqueia todas as transações que envolvem a aplicação, mas não representa uma proibição de transações com a empresa que a detém, a Tencent. Já a ordem contra a TikTok bloqueia todas as transações envolvendo a sua proprietária, a ByteDance, e suas subsidiárias.

Este foi um passo em frente na escalada de tensões entre os Estados Unidos e a China que, há sete meses, concluíram um entendimento para pôr fim à guerra comercial que abalou a economia mundial.

Um dos pontos previstos no acordo - o reforço das compras de bens agrícolas aos Estados Unidos por parte da China, tem ficado muito aquém do estimado, também devido à pandemia da covid-19. É, contudo, um ponto fundamental para Trump que tem nas regiões rurais e nos agricultores um eleitorado chave para a sua reeleição em novembro.

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