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Christiana Figueres retira candidatura ao secretariado-geral da ONU

A costa-riquenha Christiana Figueres anunciou na segunda-feira a retirada da sua candidatura ao secretariado-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), dois meses depois de se ter apresentado como candidata ao cargo.

Christiana Figueres cop21 paris
Christiana Figueres cop21 paris Bloomberg
13 de Setembro de 2016 às 01:03

O anúncio foi feito por Figueres durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica, Manuel González, ao mesmo tempo que divulgava uma carta que enviou à organização a dar conta da sua decisão.

Figueres assegurou que se retirou da contenda para "facilitar o processo complexo" de decisão na ONU, agradecendo o apoio do seu país, da sociedade civil, do sector privado e de outros Estados-membros da ONU.

A costa-riquenha expressou o desejo de que seja escolhido "um líder que possa fortalecer a confiança das pessoas na ONU e na sua missão, dirigida aos desafios profundamente interligados da paz, prevenção de conflitos, direitos humanos, migrações, alterações climáticas, recursos naturais e desenvolvimento".

Figueres reconheceu que na sua decisão influiu o pouco apoio que recebeu no processo em curso na ONU, consistente numa série de rondas de votação, que têm sido vencidas sucessivamente por António Guterres.

O governo da Costa Rica apresentou a candidatura de Figueres em 7 de Julho, durante uma sessão oficial em que o presidente do país, Luis Guillermo Solís, destacou as suas qualidades para assumir o cargo.

Christiana Figueres foi nos últimos seis anos a secretária executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, responsável pelas negociações para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Foi sob a sua direcção que em Dezembro último foi alcançado em Paris um acordo global contra as alterações climáticas.

Christiana Figueres é filha do já falecido José Figueres Ferrer, que foi três vezes presidente da Costa Rica, depois de ter liderado a revolução armada de 1948 e de, neste mesmo ano, ter abolido o exército do país centro-americano.

No processo eleitoral para o cargo de secretário-geral da ONU, António Guterres venceu as primeiras quatro votações secretas, que aconteceram a 21 de Julho, 5 de Agosto, 29 de Agosto e 9 de Setembro.

Os 15 países membros do Conselho de Segurança (cinco deles são permanentes e têm direito de veto: EUA, Reino Unido, França, Rússia e China) dispõem de um voto para cada candidato e podem escolher entre ‘encorajar’, ‘desencorajar’ ou ‘não ter opinião’.

Nesta quarta votação, o ex-primeiro-ministro português teve 12 votos "encorajamento", dois "desencoraja" - melhorando o resultado da anterior votação - e um "sem opinião". 

Em segundo lugar, ficou novamente o eslovaco Miroslav Lajcak, com 10 "encoraja", quatro "desencoraja" e um "sem opinião". Em terceiro lugar, ficou o sérvio Vuc Jeremic, com nove "encoraja", quatro "desencoraja" e dois "sem opinião". Seguiu-se Srgjan Kerim, da Macedónia, com oito votos positivos, mas sete "desencoraja".

A primeira mulher, Irina Bokova, surgiu em quinto lugar, com sete "encoraja", cinco "desencoraja" e três "sem opinião". Susanna Malcorra, da Argentina, surgiu em sexto lugar com o mesmo número de "encoraja" e "desencoraja" - sete - e apenas um "sem opinião".

Os últimos lugares ficaram para o esloveno Danilo Turk, a candidata da Nova Zelândia, Helen Clark, Christiana Figueres, da Costa Rica, e a moldava Natalia Gherman.

Duas outras votações estão agendadas: uma semelhante às primeiras quatro, que acontece a 26 de Setembro, e uma na primeira semana de Outubro, em que os votos dos membros permanentes do conselho, que têm poder de veto sobre os candidatos, serão destacados.

Com a desistência de Figueres, estão agora na corrida ao posto cimeiro da ONU 10 candidatos - seis homens e quatro mulheres – depois de Vesna Pusic, ex-ministra croata dos Negócios Estrangeiros, ter também anunciado a sua desistência a 4 de Agosto.

Mas pode haver mais uma entrada: esta segunda-feira a imprensa búlgara avançou que Kristalina Georgieva, vice-presidente da Comissão Europeia, poderá entrar na corrida ao cargo de secretário-geral da ONU nos próximos dias.

A acontecer, a candidata será uma escolha da Alemanha e da sua chanceler, Angela Merkel, que terá procurado apoio para Georgieva durante a última cimeira do G20, noticiaram meios de comunicação búlgaros.

A organização espera ter encontrado o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o Outono. 

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