Governo italiano muda director executivo do FMI que também representa Portugal
O ministro das Finanças italiano decidiu mudar o director executivo que representa no Fundo Monetário Internacional um conjunto de países onde se inclui Portugal e a Grécia.
Em 2017, Alessandro Leipold, ex-economista da Comissão Europeia e do FMI, foi nomeado pelo então primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, para ser o director executivo do Fundo Monetário Internacional que representa os interesses de um conjunto de países onde se inclui Portugal. Um ano e poucos meses depois, com a entrada do novo Governo, Leipold cede em Novembro o cargo a Domenico Fanizza - uma escolha do actual ministro das Finanças, Giovanni Tria, que causou fricção dentro da actual coligação.
O anúncio foi feito pelo próprio Alessandro Leipold, que estava em fim de mandato, na sua conta de Twitter esta quinta-feira, 1 de Novembro. "Fique-se a saber que agora sou um agente livre", escreveu na sua conta. Leipold foi quadro do FMI durante muitos anos, tendo também passado pela direcção-geral dos assuntos económicos da Comissão Europeia. Mais recentemente desempenhou o cargo de economista-chefe do Lisbon Council, um think tank com sede em Bruxelas.
Unshackled.
For those of you who thought my tweets over the past year, while ED at the IMF, were boring and “read like the Pravda”: let it be known that I’m now a free agent. Still, in an age of strident excesses, including in my own country, will aim to remain restrained...
A indicação dos directores executivos cabe aos países e, neste caso, esta foi uma decisão do ministro das Finanças italiano. A escolha aconteceu em Setembro e, segundo a imprensa italiana, foi feita sem o conhecimento dos partidos da coligação. O Corriere della Sera escreveu que a fricção foi especialmente intensa com o Movimento 5 Estrelas, liderado por Luigi Di Maio, que descobriu "por acaso" através de um dos outros países envolvidos na escolha. O conflito seria depois mediado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte.
Questionado pelo Negócios sobre esta decisão, o Ministério das Finanças esclareceu ao final da tarde que a substituição por Fanizza foi consensual dentro do grupo de países: "Em Setembro deste ano, os Estados membros da nossa constituency votaram por consenso na eleição de Domenico Fanizza para um mandato dos próximos dois anos", respondeu o gabinete de Mário Centeno.
Domenico Fanizza vai representar um grupo constituído por Itália, Grécia, Portugal, Malta, Albânia e São Marino que detém 4,13% dos votos no conselho de administração do Fundo Monetário Internacional. Esta entidade é responsável por gerir o dia-a-dia da entidade liderada por Christine Lagarde, que partilha essa liderança com mais 24 directores executivos. O que tem mais peso é o dos EUA, que detém 16,52% dos votos.
(Notícia actualizada às 21h38 com a resposta do Ministério das Finanças)
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