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Trump anuncia visita a Pequim em abril após telefonema com Xi Jinping

Após a conversa, o líder da Casa Branca considerou, numa mensagem na sua rede Truth Social, a relação com Pequim como "extremamente forte", mas não fez referência à sensível questão de Taiwan.

Donald Trump quer colocar a América numa nova era dourada
Donald Trump quer colocar a América numa nova era dourada Alex Brandon / AP
19:21

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta segunda-feira uma visita a Pequim em abril, que será retribuída com uma deslocação do seu homólogo aos Estados Unidos no final do próximo ano.

Donald Trump fez o anúncio poucas horas depois de ter conversado com Xi por telefone na manhã de hoje, altura em que, segundo indicou, ambos discutiram assuntos como o conflito na Ucrânia, o combate ao opióide fentanil e o comércio de soja.

A chamada telefónica ocorreu quase um mês depois de ambos se terem encontrado na cidade sul-coreana de Busan.

As autoridades chinesas confirmaram o telefonema, sem mencionar as visitas de Estado dos dois líderes, relatando que os assuntos discutidos incluíram a Ucrânia, comércio e Taiwan.

Após a conversa, o líder da Casa Branca considerou, numa mensagem na sua rede Truth Social, a relação com Pequim como "extremamente forte", mas não fez referência à sensível questão de Taiwan.

De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Xi disse a Trump que o regresso de Taiwan à China continental é "parte integrante da ordem internacional pós-guerra" e expressou esperança num "acordo de paz justo, duradouro e vinculativo" sobre a Ucrânia.

A conversa surgiu depois de a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, ter afirmado recentemente que as forças armadas do Japão poderiam envolver-se se a China tomar medidas contra Taiwan, a ilha autogovernada que Pequim considera estar sob o seu domínio.

No fim de semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou que o Japão "cruzou uma linha vermelha que não deveria ter sido ultrapassada".

Durante a chamada telefónica, Xi Jinping defendeu que a China e os Estados Unidos, que lutaram juntos contra o fascismo e o militarismo, devem "salvaguardar conjuntamente a vitória da Segunda Guerra Mundial".

Os Estados Unidos não tomaram partido na questão da soberania de Taiwan, mas opõem-se ao uso da força para tomar o território. Por lei interna, as autoridades de Washington são obrigadas a fornecer armamento à ilha para dissuadir qualquer ataque armado.

No início deste mês, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan informou ter recebido uma notificação oficial de que a administração Trump aprovou uma venda de armas no valor de 330 milhões de dólares (286 milhões de euros), incluindo peças para caças.

Pequim protestou de imediato contra este negócio, afirmando que "violava grosseiramente" o princípio de "Uma Só China".

Os dois líderes discutiram também a crise na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022, com Xi a dizer, segundo a diplomacia de Pequim, que a crise deve ser resolvida "na sua raiz", uma formulação habitualmente usada por Moscovo.

O Presidente chinês destacou o seu apoio a "todos os esforços que contribuam para a paz", de acordo com o comunicado, apesar de governos ocidentais acusarem Pequim de viabilizar o esforço de guerra russo através do seu apoio industrial a Moscovo.

Na chamada, Xi disse ainda que a relação bilateral "tem mantido uma trajetória estável e positiva" desde a cimeira de Busan, e afirmou que ambos os lados devem esforçar-se para alcançar "progressos ainda mais positivos".

A diplomacia de Pequim não revelou qualquer acordo concreto sobre assuntos como a compra de soja americana.

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