Descer os juros em março? "Não acho provável", diz Powell

A Reserva Federal norte-americana voltou a deixar as taxas de juro inalteradas, mantendo-as nos níveis mais altos dos últimos 22 anos. Apesar de os sinais serem positivos, a inflação está ainda acima da meta.
powell
Elizabeth Frantz/Reuters
Sílvia Abreu 31 de Janeiro de 2024 às 20:22
PUB

"Tendo em conta a reunião de hoje, diria que não é provável que o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) atinja o nível de confiança desejado até à reunião de março", disse, na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro de política monetária, no qual o FOMC manteve os juros inalterados.

A inflação está a descer e o crescimento económico e o mercado laboral continuam robustos. Posto isto, os dados são bons, mas a Fed precisa de ver mais destes dados para ter uma confiança maior de que a inflação está de forma sustentável a descer.  "Queremos ver a continuação dos bons dados que temos visto", defendeu Powell.

Basicamente, apesar de os dados serem positivos, a Fed quer garantias de que a inflação não vai voltar a acelerar. E, para já, esse risco ainda não está totalmente excluído.

PUB

"É uma decisão com grandes consequências a de começar a descer os juros. Fizemos muito progresso na inflação, só queremos ter certeza de que cumprimos a tarefa de forma sustentável", repetiu, recusando colocar um "timing" sobre quando essa garantia será alcançada.

As ações acentuaram as perdas após a conferência de imprensa de Powell, com as palavras do presidente da Fed a deixarem claro que o tão esperado corte em março não deverá acontecer. O S&P 500 cede 1,29%, o Nasdaq Composite recua 1,68% e o Dow Jones perde 0,55%. 

PUB

Sem surpresas, a Reserva Federal manteve as taxas de juro diretoras inalteradas a reunião deste mês. De acordo com o comunicado divulgado após o encontro do Comité Federal de Mercado Aberto, os juros mantêm-se num intervalo entre os 5,25% e os 5,5%.

"O Comité não considera apropriado reduzir o intervalo até ter maior confiança de que a inflação está a dirigir-se de forma sustentável para a meta dos 2%", justifica o banco central, que, após 11 subidas consecutivas, tem desde julho mantido a taxa dos fundos federais  nos níveis mais altos dos últimos 22 anos. 

Notícia atualizada às 20h32

PUB
Pub
Pub
Pub