Fed sobe juros em 50 pontos base e avisa que "aperto não vai ser agradável"

A Reserva Federal norte-americana elevou a taxa diretora em 50 pontos base, depois de em março ter iniciado o ciclo de aumento dos juros com uma subida de 25 pontos base.
Joshua Roberts/Reuters
Carla Pedro 04 de Maio de 2022 às 19:03

O banco central dos EUA anunciou uma subida de 50 pontos base da taxa dos fundos federais, que passa assim para um intervalo entre 0,75% e 1%.

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Depois de em março ter subido a taxa diretora pela primeira vez desde dezembro de 2018, em 25 pontos base, a Fed elevou-a agora em 50 pontos, algo que já era antecipado pelo mercado.

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A Reserva Federal tem mais cinco reuniões de política monetária agendadas para este ano - junho, julho, setembro, novembro e dezembro – e o seu presidente, Jerome Powell, tem vindo a dizer que poderá haver um aumento dos juros diretores em todas elas, se isso se revelar necessário. Há mesmo observadores de mercado que falam na hipótese de poder haver subidas adicionais fora deste calendário.

 

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O principal objetivo da Fed, com este posicionamento mais duro, é combater a elevada inflação do país, atualmente em máximos de 40 anos.

 

O Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) referiu, após esta reunião de dois dias, que vai continuar "bastante atento" aos dados da inflação.

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Após o anúncio das decisões da Fed, Powell falou, sublinhando que "o controlo da inflação é essencial para o mercado laboral".

 

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Segundo o presidente da Fed, está em cima da mesa mais uma subida de 50 pontos base na próxima reunião do banco central. Powell disse, no entanto, que um aumento de 75 pontos base não é algo que esteja a ser ponderado.

 

Desde o estoiro da bolha das dot.com - ou seja, há 22 anos - que a Reserva Federal norte-americana não procedia a um aumento de 50 pontos da sua taxa diretora.

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O presidente da Fed disse ainda que espera que mais norte-americanos entrem no mercado de trabalho.

 

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Powell afirmou também que o endurecimento das políticas da Fed "não vai ser agradável" mas que "será o melhor para todos". E garante que nada mostra que os EUA estejam próximos ou vulneráveis a uma recessão - apesar de a economia ter registado uma contração no primeiro trimestre, segundo dados preliminares.

 

Redução do balanço começa a 1 de junho

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A Fed também já delineou um plano para a redução do seu balanço, que começa a ser aliviado em 47,5 mil milhões de dólares por mês a partir de 1 de junho, para três meses depois esse ritmo de retirada ascender a 95 mil milhões por mês.

 

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Recorde-se que, no âmbito dos estímulos à economia em período pandémico, a Reserva Federal começou por desembolsar biliões de dólares na compra de ativos, que entretanto começou a reduzir faseadamente (o chamado "tapering"), sendo agora altura de dar início ao emagrecimento do balanço.

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