Trump sinaliza Hassett como favorito para liderar Fed. Nomeação chega no início de 2026

O Presidente norte-americano, Donald Trump, deu esta terça-feira a entender que o seu conselheiro económico, Kevin Hassett, é o favorito para assumir o comando da Reserva Federal (Fed), o banco central norte-americano, a partir do próximo ano.

"Acredito que o potencial presidente da Fed também está aqui (...) potencial (...) Posso dizer que é alguém respeitado. Obrigado, Kevin", frisou o chefe de Estado norte-americano, no início de um evento na Casa Branca.

O seu principal conselheiro económico, Kevin Hassett, estava presente no evento.

Com 60 anos, tem vindo a ser apontado há vários dias como o favorito para suceder a Jerome Powell quando o mandato deste terminar, em maio.

Mais cedo nesse dia, Donald Trump afirmou que anunciaria "provavelmente no início do próximo ano" o nome da pessoa que quer ver à frente da Reserva Federal, o banco central mais influente do mundo, ao qual exige constantemente taxas de juro mais baixas.

"Provavelmente anunciaremos no início do próximo ano quem poderá se tornar o novo presidente do Fed", disse Trump em reunião com o seu Governo, repetindo que havia oferecido o cargo ao seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, que não o aceitou.

A nomeação do candidato de Donald Trump deverá ser aprovada pelo Senado, de maioria republicana.

Donald Trump disse no domingo, bordo do avião presidencial, durante o regresso a Washington vindo da Florida, que já decidiu quem vai substituir Jerome Powell, cujo mandato termina em maio e a quem o Presidente tem criticado repetidamente.

"Sei quem vou escolher, sim", disse o Presidente, recusando-se na altura a negar quando um repórter perguntou se seria Kevin Hassett, o principal conselheiro económico da Casa Branca.

O economista é um incansável defensor, nos media, das políticas de Donald Trump, que prometeram uma "nova era dourada" para os norte-americanos, ao mesmo tempo que desagradaram às empresas e aos consumidores com o aumento significativo das tarifas sobre os produtos importados.

Se a lealdade de Kevin Hassett a Donald Trump lhe abrir as portas da Fed, terá de convencer o resto da classe política e os investidores de que não deixará a inflação descontrolar-se e de que é capaz de preservar a independência de uma instituição que ajudou a minar nos últimos meses.

A confirmar-se a sua nomeação, o processo que se iniciará no Senado promete ser contencioso.

Os democratas tentaram recentemente, sem sucesso, bloquear a nomeação para a Fed de outro conselheiro económico de Donald Trump, Stephen Miran, que descreveram como um "lacaio" do presidente republicano.

O mandato de Powell termina em maio de 2026, depois de ter sido nomeado para dirigir o banco central pelo próprio Trump em 2018 e reconduzido no cargo pelo Presidente democrata Joe Biden.

O Comité Federal de Mercado Aberto da Reserva Federal está a preparar a última reunião do ano, em 09 de dezembro.

Em outubro, Powell disse ser pouco provável outro corte da taxa de juros, face à falta de consenso dentro da Fed, receios de uma retoma da inflação elevada e falta de novos dados, devido à paralisação governamental de 40 dias que terminou a 12 de novembro.