Lagarde: "É satisfatório que tanta gente queira ter o meu emprego. É um ótimo trabalho"
O mandato de Christine Lagarde como presidente do BCE só termina em outubro de 2027, mas as discussões sobre quem lhe irá suceder já estão a aumentar.
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Há nomes dentro e fora do Banco Central Europeu (BCE) que começam a perfilar-se como potenciais sucessores de Christine Lagarde na presidência da autoridade monetária, apesar de o mandato terminar apenas em outubro de 2027. A francesa diz que não tem uma palavra a dizer sobre o assunto, mas que é "satisfatório" que tanta gente tenha interesse na função.
"Considero satisfatório de certa forma que tanta gente queira ter o meu emprego. É um ótimo trabalho, em que se sente que se importa e que está a afetar a vida das pessoas e está a trabalhar pela União Europeia e pela moeda única", afirmou Lagarde, quando questionada sobre o tema, na conferência de imprensa que se seguiu ao conselho desta quinta-feira.
Numa entrevista à Bloomberg no início do mês, Isabel Schnabel, membro da comissão executiva, diz-se "pronta" para suceder à atual presidente Christine Lagarde. "Se me pedissem, estaria pronta", afirmou. Em outubro, a própria presidente apontou para outra pessoa: Klaas Knot, ex-governador do banco central dos Países Baixos, como um "bom candidato".
"Não tenho nenhum candidato favorito", garantiu agora Lagarde. "Nem disse que Klaus Knoot era o melhor candidato. Há vários muito bons candidatos e Isabel [Schnabel] é um deles. Tenho a certeza que surgirão mais no futuro", referiu.
Além de Knot e Schnabel, há outros nomes em cima da mesa, incluindo o espanhol Pablo Hernandez de Cos, atual presidente do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla em inglês) e ainda o alemão Joachim Nagel, presidente do Bundesbank. "Vai ser para o Conselho Europeu decidir. Ainda falta muito tempo", sublinhou a presidente.
Questionada ainda sobre a possibilidade de o vice-presidente Luis de Guindos tomar o cargo (já que cada mandato é não renovável), Lagarde explicou que esse tema foi estudado anteriormente - incluindo aquando da sucessão de Mario Draghi - e que juristas e especialistas chegaram à conclusão que não seria possível terminar um mandato não renovável e começar outro noutro cargo. "Mas penso que se pode olhar novamente para a questão. Não é função minha fazer esse julgamento", disse Lagarde.
Nos próximos dois anos, a comissão executiva do BCE verá mudanças significativas. Vão sair quatro dos seis membros. Além de Christine Lagarde, também o mandato de Luis de Guindos vai chegar ao fim ao maio, deixando o cargo de vice-presidente livre. Um dos nomes que tem sido falado para o cargo do espanhol é o de Mário Centeno, ex-governador do Banco de Portugal.
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