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Maioria dos membros da Fed quer mais cortes de juros se inflação ajudar

O "dot plot" dos membros do banco central aponta para uma descida da taxa dos fundos federais em 2026. Mas se a inflação continuar a arrefecer, há quem considere adequado proceder a mais reduções.

Jerome Powell é o presidente da Fed.
Jerome Powell é o presidente da Fed. Manuel Balce Ceneta / AP
19:26

Na última reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que decorreu a 9 e 10 de dezembro, foi anunciada – tal como se esperava – , que passou para um intervalo entre 3,5% e 3,75%. Foi o terceiro corte deste ano – e o sexto desde o início do novo ciclo de alívio dos juros, em setembro do ano passado.

Nesse mesmo encontro foi também feita a atualização do "dot plot" – mapa trimestral que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores – que apontou para que em 2026 pudesse haver apenas um corte. 

Agora, as atas dessa reunião mostram que a maioria dos 12 membros do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) considera adequado haver mais reduções da taxa dos fundos federais se a inflação continuar a diminuir, tal como esperado, rumo à meta dos 2%. 

Ainda assim, alguns desses responsáveis deixaram bem claro que acreditam que os juros devem ficar “em modo pausa durante algum tempo”.

As atas, divulgadas nesta terça-feira, continuam a apontar para divisões entre os responsáveis da Fed e para a dificuldade da decisão mais recente. “Alguns membros que apoiaram uma descida dos juros neste encontro disseram que o cenário estava finalmente equilibrado e outros afirmaram que, para eles, também estaria certo não ter havido mexidas na taxa diretora”, refere o documento. 

Tal como se previa, a decisão dos 12 membros do FOMC não foi unânime. A favor do corte de 25 pontos-base estiveram 9 membros, ao passo que 3 votaram num sentido diferente. Dois membros votaram a favor da manutenção das taxas, enquanto Stephan Miran – recentemente nomeado por Donald Trump – pretendia uma descida maior (de 50 pontos-base, o chamado corte jumbo). 

Com estes três dissidentes – Miran, que é governador da Reserva Federal, bem como Austan Goolsbee, presidente da Fed de Chicago, e Jeffrey Schmid, que está à frente da Fed de Kansas City – o banco central revelou a maior divisão dos últimos 11 anos. Com efeito, a última vez em que tinha havido três vozes discordantes da maioria foi na reunião de política monetária da Fed em dezembro de 2014. 

Houve também uma subtil alteração nas palavras usadas no comunicado do banco central, que apontava para uma “maior incerteza” sobre quando é que poderia voltar a cortar a taxa de referência. O presidente da Fed, Jerome Powell, reiterou esta ideia na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio do corte, sublinhando que as decisões sobre os juros "serão tomadas reunião a reunião". Por isso mesmo, afirmou, a Reserva Federal não tomou ainda qualquer decisão para a reunião de janeiro de 2026.

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