Santos Pereira "tem um perfil bastante positivo para o cargo", considera João Leão
O ex-ministro das Finanças elogia as qualidades de Álvaro Santos Pereira por "misturar os dois tipos de perfis: perfil técnico, mas também um perfil de experiência política ao mais alto nível".
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Álvaro Santos Pereira, é o nome mais apontado para suceder a Mário Centeno no cargo de governador do Banco de Portugal (BdP), segundo informações recolhidas pelo Negócios. Uma escolha acertada, caso se concretize, considera João Leão, ex-ministro das Finanças, em entrevista ao Negócios no NOW.
"Diria que tem o perfil certo, é agora economista da OCDE, mas foi ministro da Economia. Tal como Mário Centeno, também conheço bastante bem o Álvaro Santos Pereira, tem um percurso e um currículo muito bom, ou seja, não só é um professor universitário. Como foi ex-ministro da economia, ganhou uma sensibilidade e um conhecimento da política importante. Depois de ter exercido um alto cargo internacional como diretor da OCDE, que lhe dá uma grande experiência e um grande conhecimento também dos atores e da política a nível europeu. Penso que tem um perfil bastante positivo para o cargo", afirma.
João Leão reforça a ideia acrescentando que, tal como Mário Centeno, Álvaro Santos "mistura os dois tipos de perfis: perfil técnico, mas também um perfil de experiência política ao mais alto nível, na política económica é muito importante".
Sobre o tipo de postura que o novo governador irá assumir, o ex-ministro das Finanças diz que "é difícil antecipar". "Sabemos que o Álvaro Santos Pereira é uma pessoa independente e que faz a sua avaliação. Diria que é difícil antecipar, mas sei que é uma pessoa que tem acessibilidade à economia, não só à parte da inflação e da estabilidade financeira, mas também à estabilidade da economia, e essa acessibilidade pode ser positiva".
Questionado sobre se faz sentido alterar a maneira como é escolhido o governador do Banco de Portugal, João Leão defende que "é um cargo com uma grande importância e as escolhas têm sido sempre pessoas com um currículo à altura, de grande qualidade e penso que isso não está em causa. Ninguém tem dúvidas que o Mário Centeno exerceu as suas funções de forma extremamente independente, disse sempre aquilo que achava e isso é importante. Nós não queremos um Governador que esteja calado, que não tenha um papel ativo na sociedade portuguesa, dando os alertas que deve dar sobre a condução da política económica, em nome da estabilidade económica e financeira. É isso que se espera de um governador e esperemos que o próximo governador consiga manter essa postura".
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