A campanha do bate boca ao ritmo do "pisca pisca"
À distância, o bate boca entre os líderes da AD e do PS tem vindo a subir de tom, porventura exponenciado pelo alerta deixado este domingo pelo Presidente da República de que não pode haver eleições nos próximos doze meses.
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"O meu apelo é de que votem. Votem por uma razão muito simples. O mundo está como está, não está fácil, está mais difícil do que há um ano e por outro lado não pode haver eleições no próximo ano", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Faro, onde exerceu o seu direto de voto antecipadamente.
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A incerteza foi, aliás, esgrimida como arma política por Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro. Em Vila Nova Gaia, o líder socialista afirmou que num momento de instabilidade, os portugueses preferem na governação o PS, que "nunca falhou nos momentos difíceis" e não a AD, que acusou de "nunca estar com o povo quando é preciso".
Por sua vez, o presidente da AD, em Cantanhede, disse que estabilidade política pode "fazer toda a diferença" em Portugal perante a incerteza europeia e mundial, garantido que o Governo e a AD não estão deslocados das dúvidas e apreensões perante a situação internacional "complexa e desafiante".
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Na campanha entrou também a estratégia do "pisca-pisca". Montenegro piscou o olho à possibilidade de incluir a Iniciativa Liberal, admitindo que poderá fazer "uma boa dupla" com o líder deste partido. Rui Rocha reagiu ao repto, no Cartaxo, revelando ter sido desafiado pela "direção e lideranças" do PSD para uma coligação pré-eleitoral nestas legislativas, a qual recusou porque não é um "partido apêndice".
O "pisca pisca" à esquerda foi protagonizado pelo líder do Livre. O porta-voz do Livre advertiu este domingo o eleitorado de que a esquerda está a "uma bola no poste" de ultrapassar a direita. "Entramos nesta segunda semana de campanha ali à distância de uma bola no poste de podermos fazer a diferença", alertou Rui Tavares, em Cascais.
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Contra o voto útil
No Porto, Inês Sousa Real, quis combater a teoria do voto útil. "As pessoas devem ter hoje em conta que é preciso votarem naquilo que são as causas em que acreditam. O voto útil não é um voto nos grandes partidos que conduziram o país mais uma vez, pela terceira vez consecutiva, para eleições antecipadas", argumentou a líder do PAN.
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O Bloco de Esquerda acredita também que a teoria do voto útil será derrotada. "Hoje é 11 de maio, faltam poucos dias para as eleições, para o dia 18 de maio e quero-vos deixar aqui uma garantia que vocês já sentem. Nós, escrevam o que eu vos digo, vamos ser a surpresa da noite eleitoral, não duvidem disso", disse o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, em Lisboa.
Já o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, sublinhou que "não há defesa do ambiente contra a vida das pessoas", recordando a criação do passe único de transportes em 2019, pela mão da CDU. Numa sessão dedicada à mobilidade na estação fluvial do Terreiro do Paço, em Lisboa, defendeu mais investimento em mobilidade.
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O Chega, ao qual nenhum dos outros partidos pisca o olho, continua a apostar num em colocar a segurança no centro dos discursos. Nesta medida, André Ventura, agradeceu aos polícias que têm acompanhado as ações de rua do partido, "Se hoje nós temos que ser protegidos pelos agentes de autoridade, é porque há uns que sentem que os privilégios vão acabar e acham que é com violência que vão resolver a situação. Não é", afirmou André Ventura em Castelo Branco.
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