"Estaremos no Governo quando pudermos ter o Ministério das Finanças ou do Trabalho"

É uma piada que se conta no Bloco de Esquerda, revela Catarina Martins, em entrevista à TSF, e que serve para explicar o posicionamento do partido face a uma eventual participação num Executivo.
Catarina Martins
Marta Moitinho Oliveira 21 de Setembro de 2017 às 10:52

O Bloco de Esquerda só quer fazer parte de um Governo se estiver em áreas-chave. A ideia foi deixada por Catarina Martins, em entrevista à TSF no âmbito das eleições autárquicas. 

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Questionada sobre se o Bloco se vê a participar no Executivo, Catarina Martins pôs a bitola alta. Revelando que entre os bloquistas corre uma "piada" quando se fala do assunto, a líder bloquista explicou: "Estaremos no Governo quando pudermos ter o Ministério das Finanças ou do Trabalho". 

Ou seja, quando o partido tiver "votos suficientes" para ter acesso a áreas-chave. "O Bloco de Esquerda nunca será uma jarra no Conselho de Ministros", clarificou. 

A declaração de Catarina Martins remete para uma outra, dita em Julho por Jerónimo de Sousa, o líder do PCP e também parceiro político do PS. O PCP não vai ser uma "peninha no chapéu" do Governo, disse o secretário-geral.

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Na mesma entrevista à TSF, Catarina Martins fala ainda dos objectivos do partido para o Orçamento do Estado para 2018. Entre eles está a redução do número de utentes por médico de família, dos actuais 1.900 para 1.550 (o número considerado ideal pela Organização Mundial de Saúde), resolver a questão dos enfermeiros - tanto na questão salarial como concretizar a contratação de 2.000 profissionais.

Além disso, o Bloco quer garantir que nenhum rendimento do trabalho vai pagar mais impostos e rejeita que o ministro das Finanças tenha feito uma "habilidadezinha" quando disse numa entrevista à RTP que "todos os escalões" vão ter um alívio fiscal em 2018. A acusação tinha sido feita por Pedro Passos Coelho, e hoje na entrevista à TSF, Catarina Martins deu o troco usando as autárquicas. "O PSD tem em todos os outdoors menos impostos. Habilidadezinha é o PSD propor nas autarquias o contrário do que fez no Governo".

Em matéria de Segurança Social, Catarina Martins adiantou que, depois da legislação que vai entrar agora em vigor em Outubro - e que permite a pessoas com carreiras contributivas longas pedir a reforma sem penalização, em determinadas condições -, é preciso "avançar para o fim do factor de sustentabilidade" para casos específicos de carreiras longas que ficaram fora daquela legislação.  

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