Mais Habitação: PR confirma discordância "política", mas rejeita "drama" na aprovação
Depois de ter anunciado o veto do pacote Mais Habitação, Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que faltam condições no pacote para "a teoria passar a ação" e que que o problema com o pacote legislativo é "político" e que, por isso, não o submeteu ao Tribunal Constitucional. Além disso, lamentou que não reúna uma "base de apoio necessária" entre os partidos representados no Parlamento.
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Marcelo diz que, ainda que apenas os socialistas tenham votado a favor do pacote no Parlamento, "não há drama nenhum" na reconfirmação através da maioria socialista representada na Assembleia da República.
O Presidente realçou a falta de acordo, não só com os partidos à esquerda, mas sobretudo com o PSD, "o partido que tem liderado governos alternativos".
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"Nós precisávamos de uma reforma que não fosse para dois anos, dois anos e meio, e para isso tinha que ter um apoio significativo no Parlamento. Não podemos ter um Governo que lança uma reforma e depois outro que lança outra reforma", referiu.
Marcelo reiterou que a solução do executivo é "globalmente insuficiente" e que não podia deixar de dizer o que a "consciência pensava". "Mesmo analiticamente, a minha vida tem sido feita a analisar a realidade. Eu [não podia] olhar para uma realidade e ver que não vai dar nos termos que eram necessários, e fingir que ia dar", criticou.
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O chefe de Estado defendeu a existência de um "maior investimento público" neste pacote, tendo em conta os fundos de Bruxelas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Questionado sobre se já houve uma conversa com o primeiro-ministro depois do anúncio do veto, Marcelo respondeu que não, já que este é um diploma da Assembleia da República. "A Assembleia teve a palavra final sobre a matéria. A palavra final não foi do Governo, porque o Governo não manda na maioria do Parlamento, nem manda na Assembleia".
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Marcelo diz que tem levado "até ao limite a promulgação com reservas" mas que este era um caso "flagrante". Negou também a ideia de que tem vetado muitos diplomas: "Eu estive a ver os números e em qualquer coisa como 1.200 diplomas do Governo ao longo dos anos, eu vetei cinco. Em 500 leis da Assembleia, eu vetei 28".
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