O que defenderam os líderes dos partidos no primeiro debate a seis?
António Costa - PS
Costa começou por lembrar as medidas introduzidas pelo Governo para reforçar o financiamento da Segurança Social (o adicional ao IMI e a consignação de parte da receita de IRC), Depois, recusou a proposta social-democrata para uma TSU sobre o valor acrescentado líquido das empresas: "Desincentiva a modernização".
Rui Rio - PSD
Afirmando que a Segurança Social é uma área de grande responsabilidade, Rio defendeu o alargamento da TSU ao valor acrescentado líquido das empresas e propôs a possibilidade de complementar a pensão com trabalho em part-time nos últimos anos de carreira contributiva.
Catarina Martins - BE
Catarina Martins jogou ao ataque: criticou a proposta do PSD sobre o trabalho em part-time e colou o PAN à proposta de plafonamento associado ao anterior Governo de direita. Depois, propôs o fim do fator de sustentabilidade para quem tem 40 anos de carreira contributiva.
Assunção Cristas - CDS
Cristas opôs-se à proposta do PSD na TSU, recusando o "reforço dos encargos para as empresas". Por outro lado, defendeu a inscrição obrigatória (mas "não vinculativa") dos trabalhadores no sistema de capitalização público para complementar a reforma, associada a benefícios fiscais.
Jerónimo de Sousa - PCP
Criticou as propostas que pretendem "privatizar segmentos da Segurança Social", o que, defendeu, acabaria com o princípio constitucional da solidariedade. Admitiu estudar uma contribuição sobre o valor acrescentado líquido das empresas que têm menos trabalhadores.
André Silva - PAN
Foi o primeiro a falar sobre este tema e propôs um teto máximo para o pagamento de pensões futuras pelo Estado, nos 5.200 euros (12 IAS). Acabou a tentar defender-se das acusações de Catarina Martins, que vê nesta proposta um plafonamento da Segurança Social.
António Costa - PS
Acusou Rui Rio de ter "conversa de café" e recusou que o debate se reduza ao número de deputados. Sem acordo na sua proposta (um sistema misto de círculos uninominais), nem em acordo com outras, Costa admitiu ser necessário encontrar uma solução que tenha um apoio político alargado (sem se limitar ao PSD).
Rui Rio - PSD
"Há margem para reduzir deputados: 230 é demais" - foi assim que Rio lançou a discussão sobre a reforma do sistema eleitoral. Opôs-se ao modelo de círculos uninominais porque "dá cabo" da proporcionalidade, defendendo antes a criação de círculos mais reduzidos.
Catarina Martins - BE
"Fala-se de sistema político para não se falar dos grandes problemas: os partidos maioritários estão cooptados pelo poder económico", acusou. Catarina Martins defendeu o "aumento do período de nojo" (na ida do público para o privado) e a exclusividade dos deputados.
Assunção Cristas - CDS
"Estamos com o foco errado. Há mais vida para além do sistema eleitoral", afirmou a centrista, lembrando que este tema não está no programa eleitoral do CDS, nem é uma prioridade para o partido. Deixou só um apelo: "que não sejam PS e PSD sozinhos a fazer essas alterações" no futuro.
Jerónimo de Sousa - PCP
Embora não seja uma prioridade para o PCP, Jerónimo de Sousa disse ser necessário olhar para a "distorção de proporcionalidade em relação à percentagem de votos". Defendeu a redução do número de assinaturas para iniciativas de cidadãos e teve o apoio de todos os líderes.
André Silva - PAN
"Não há nenhum estudo científico que diga que círculos uninominais aproximam os eleitos dos eleitores", disse André Silva a Rio. O PAN propôs reduzir de 22 para 9 os círculos, correspondentes às NUT. "Devemos adaptar o sistema eleitoral à divisão administrativa", disse.
António Costa - PS
Costa recusou o crime de enriquecimento injustificado proposto por Catarina Martins, considerando que o Ministério Público tem o dever de investigar caso existam desconformidades. "Não é preciso criar um crime novo. É necessário que o Ministério Público tenha instrumentos" porque "já há leis suficientes", defendeu.
Rui Rio - PSD
Também Rio recusou a proposta de Catarina Martins. O líder do PSD criticou ainda os julgamentos feitos nas "televisões e jornais" e, nesse sentido, defendeu a criminalização de jornalistas que violem o segredo de justiça, mesmo que esteja em causa o serviço público.
Catarina Martins - BE
Catarina Martins defendeu a criminalização do enriquecimento injustificado, que recai sobre cargos políticos e públicos (que já tiveram de declarar os seus interesses). Por isso, recusou que a medida possa vir a ser inconstitucional. Criticou as propostas do PSD e do PAN.
Assunção Cristas - CDS
Este tema motivou uma discussão acesa com Costa. "O Ministério Público não pode ter interferências do poder político", avisou, com Costa a refutar responsabilidades. Cristas acusou o Governo de não ter dado meios suficientes para o combate à corrupção e pediu melhorias no estatuto do arrependido.
Jerónimo de Sousa - PCP
Lembrando que a proposta apresentada pelo PCP sobre o enriquecimento ilícito foi chumbada, Jerónimo de Sousa defendeu o "reforço dos meios de investigação" da Polícia Judiciária. O líder comunista opôs-se também ao recurso à delação premiada.
André Silva - PAN
André Silva quer reforçar meios humanos da Polícia Judiciária e do Ministério Público", criar um "tribunal especializado para crimes públicos" e alterar o regime de proteção de denunciantes. Foi acusado de promover a delação premiada por Catarina Martins, o que recusou.
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