PS vai deixar passar Programa do Governo e nomeações da AD para a AR
O presidente do Partido Socialista (PS), Carlos César, anunciou esta quinta-feira que o partido vai viabilizar o Programa do Governo, bem como as nomeações da Aliança Democrática (AD) para a mesa da Assembleia da República.
"Informei o senhor Presidente da República de que o nosso entendimento é de que a vontade popular deve ser respeitada. O PS não irá colaborar com qualquer iniciativa que obste à viabilização do Governo que decorre das eleições", referiu Carlos César, à saída de um encontro com o Presidente da República em Belém, com vista a ouvir os partidos mais votados sobre a indigitação do próximo Governo.
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Carlos César esclareceu que a decisão do PS em viabilizar o Programa do Governo e não aprovar qualquer moção de censura que venha a ser apresentada "não se trata de subscrever, no todo ou em parte, o programa eleitoral da AD ou o programa do Governo". "Trata-se de subscrever o entendimento que os portugueses tiveram do Governo que pretendem na próxima legislatura. Essa é a nossa obrigação", frisou.
O líder do PS afirmou ainda que o PS está disponível para dialogar "com todas as forças políticas", nomeadamente no que toca à nomeação do novo Presidente da Assembleia da República e os restantes membros da mesa. "Sobre essa matéria, transmiti ao senhor Presidente da República que entendemos que o Presidente da AR e a mesa são também eles o resultado da representação dos partidos no quadro parlamentar", disse.
"Cabe a cada partido apresentar os nomes para os cargos a que têm direito, de acordo com a averiguação da proporcionalidade existente, e todos têm o dever de eleger todos os que são propostos. Isso significa que tanto votaremos nos candidatos para presidente, vice-presidentes e secretário, como o inverso também", explicou.
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Por estar a exercer o cargo de secretário-geral interino até às eleições interna do PS de dia 28 de junho, Carlos César escudou-se de comentar se o PS deve ou não aprovar a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2026) que o novo Governo da AD vier a apresentar. "Até ao dia 28, falo sobre aquilo que o presidente do PS entende e não só aquilo que qualquer candidato, porque não sabemos se haverá só um", atirou.
Para já, referiu que o PS e o seu futuro secretário-geral precisam de fazer uma reflexão interna sobre "as razões do seu insucesso no último ato eleitoral e as razões que o podem fazer recuperar o reconhecimento, notoriedade e confiança dos portugueses". "O PS não se terá de se inclinar para a direita para ser alternativa à direita, nem terá de guinar à esquerda para se distinguir da direita. Terá de se inclinar para aquilo que entende serem as aspirações e desejos dos portugueses", defendeu Carlos César.
Apesar de reconhecer que a "situação momentânea é difícil", considerou que o foco deve estar nas próximas eleições autárquicas, que deverão acontecer no outono. "O meu desejo é de que o PS, nas próximas eleições autárquicas, conquiste uma votação e uma posição no poder local que o reafirme como a alternativa à AD no país", disse.
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