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Além de Lisboa, mais de 60 câmaras mudaram de cor

Ao fim de 14 anos, o PSD voltou a conquistar a câmara da capital. O PSD conseguiu ainda retirar ao PS autarquias importantes, casos de Coimbra e Barcelos. Ainda assim os socialistas continuam a ser o partido que gere mais câmaras, 149 no total.

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cml, camara de lisboa Pedro Catarino
27 de Setembro de 2021 às 23:20
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O regresso do PSD à presidência da câmara de Lisboa, depois de 14 anos de liderança socialista, foi uma das grandes surpresas da noite eleitoral, mas de acordo com os dados recolhidos pelo Negócios houve mais de 60 câmaras a mudarem de cor na noite autárquica. Grande parte dessas câmaras eram do PS e passaram para o PSD, mas os socialistas conseguiram vencer também em alguns dos antigos bastiões sociais-democratas. Além disso, o PS foi o partido que mais câmaras ‘roubou’ à CDU, ainda que a coligação liderada pelo PCP tenha compensado algumas dessas derrotas com a reconquista de antigos concelhos comunistas.

Além da capital, o PSD (sozinho ou em coligação com outros partidos) conseguiu ao PS importantes câmaras como a de Coimbra, Barcelos, Pedrógão Grande e evitou que Viseu tombasse para os socialistas. Ao todo, foram 32 as câmaras que viraram PSD nestas eleições, sendo que o partido de Rui Rio perdeu também 16 municípios. Das 32 alcançadas, 24 eram anteriormente do PS. Só nos Açores, três autarquias socialistas passaram para o PSD e, na Madeira, a perda do Funchal levou à demissão do presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo. Reguengos de Monsaraz, que teve um dos primeiros surtos de covid-19 em lares no ano passado e cujas declarações do primeiro-minstro sobre o caso se tornaram polémicas,  foi outro dos municípios a passar para mãos de sociais-democratas.

Em sentido inverso, 10 das câmaras lideradas pelo PSD ou por coligações lideradas pelos social-democratas passaram para as mãos dos socialistas. Foi o caso de Espinho,  Sertã,  Freixo de Espada à Cinta, Castanheira de Pera, Valença e outras.  Curiosamente, a coligação liderada pelo PSD conquistou ainda  uma câmara à CDU, mais concretamente, a de Vila Viçosa, no distrito de Évora.

Mas foi o PS que conquistou a maioria de câmaras da CDU que mudaram de cor. Contas feitas, foram cinco as autarquias comunistas que passaram para as mãos dos socialistas, como destaque para Loures. Aí,  a CDU perdeu por cerca de 2 mil votos (quase tantos como os que marcaram a diferença entre Carlos Moedas e Fernando Medina em Lisboa). Moita, Montemor-o-Novo e Alvito foram outras das câmaras que os comunistas não conseguiram segurar e que acabaram por escorregar para os socialistas.

No total do país, o partido de António Costa gere 149 municípios, abaixo do resultado alcançado em 2017, quando tinha em mãos 160. Já o PSD totalizou 114 autarquias, um número superior aos resultados alcançados por Pedro Passos Coelho em 2013 e 2017. Essa era, aliás, uma das fasquias que Rui Rio tinha imposto a si mesmo neste processo autárquico. A diferença entre os dois maiores partidos acabou assim por se reduzir nesta corrida eleitoral: há quatro anos.

A diferença entre os dois maiores partidos acabou assim por se reduzir nesta corrida eleitoral: há quatro anos eram 63 as câmaras que separavam PS e PSD, agora o valor encurtou para 35. Os sociais-democratas reforçaram também o seu peso nas capitais de distrito.

Quanto ao BE, a noite autárquica não foi animadora e isso mesmo foi reconhecido por Catarina Martins. Os bloquistas perderam vereadores em vários municípios e, apesar de terem mantido um lugar na vereação em Lisboa e conquistado pela primeira vez no Porto, os resultados atiraram o BE para um plano quase irrelevante em termos autárquicos.

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