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Chega denuncia "guerra civil" no SNS. Governo acena com redução dos tempos de espera

No debate parlamentar, André Ventura defendeu que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta "uma brutal guerra civil" e alertou para os elevados tempos de espera. Em resposta, o primeiro-ministro garantiu que há "uma tendência de redução" tanto dos tempos de espera como de encerramentos das urgências.

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Montenegro reconhece que “há problemas de acesso ao SNS” mas diz que também “há coisas que correm bem”
11:26

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu esta sexta-feira que as medidas adotadas pelo Governo para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm resultado numa "tendência de redução" de fechos das urgências e dos tempos de espera. O líder do Executivo respondia assim ao Chega que, durante o debate parlamentar com o primeiro-ministro, alertou para a existência de "uma guerra civil" na Saúde.

"Penso que não exagerarei se disser que a maior parte dos portugueses estão hoje com um problema sério que gostariam de ouvir o Parlamento falar: a brutal guerra civil que a Saúde e as urgências enfrentam", começou por dizer o líder do Chega, André Ventura, salientando que, nesta quinta-feira, o tempo de espera nas urgências do Hospital Amadora-Sintra chegou a "18 horas" e que há "1,5 milhões" de portugueses sem médico de família. "Isto não é humano num Governo que se diz humanista", atirou.

Em resposta, Luís Montenegro reconheceu que há "muitos problemas por resolver" no SNS, mas "também há muita coisa que corre bem". "E não estou com isto a desvalorizar o que corre menos bem. O que acho é que não podemos perder de vista aquilo que também corre bem e que é fruto do trabalho que fazemos e do trabalho dos profissionais do SNS", disse.

Segundo o primeiro-ministro, o SNS registou, entre janeiro a outubro deste ano, "uma redução global de 37% no número de dias de encerramento das urgências hospitalares" e os tempos de espera tiveram uma redução, entre janeiro e agosto, de 16%. "Quer isto dizer que não houve picos ou que não houve dias em que tiveram problemas? Houve. Há constrangimentos. Mas o que é uma política pode visar senão a recuperação desses constrangimentos? Se alguém prometer que de um dia para o outro isso se vai resolver, não é possível", defendeu. 

Sobre a falta de médicos de família, referiu que, no último ano, foi atribuído médico de família a "mais 305 mil utentes", mas entraram no SNS "mais 258 mil novos utentes". "É por isso que o número se mantém tão elevado", explicou, dizendo que o Governo está a trabalhar para recrutar mais médicos para o SNS e num reforço das unidades de saúde familiar de tipo C.

Numa segunda ronda de perguntas, André Ventura questionou o primeiro-ministro sobre "o corte de 10% no investimento" no SNS e acusou o Governo de "incompetência" por ainda não ter resolvido os problemas da Saúde.

Sem responder diretamente à questão, Luís Montenegro afirmou que, entre janeiro e outubro, foram realizadas mais 5,9% cirurgias no SNS face ao ano anterior. "Só há 391 casos de cirurgias oncológicas que estão ainda a aguardar agendamento, por razões clínicas", concretizou.

"Estamos a caminhar para habilitar o SNS a ter mais capacidade de resposta. Os tempos de espera estão a diminuir para o atendimento, para as cirurgias e o número de serviços de urgência está a diminuir. Esse é o caminho", sustentou Luís Montenegro, defendendo que o país não deve focar-se apenas "em casos concretos".

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