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Chega não aceita nova versão da lei de estrangeiros

Partido liderado por André Ventura quer restringir as regras do reagrupamento familiar.

Chega não aceita nova versão da lei de estrangeiros
Chega não aceita nova versão da lei de estrangeiros António Cotrim / Lusa - EPA
16:42

O presidente do Chega avisou esta quinta-feira o Governo que não vai aceitar a nova versão da lei que regula a entrada de estrangeiros em Portugal, anunciando que o partido apresentará propostas de alteração para restringir o reagrupamento familiar.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, André Ventura afirmou, sem especificar um sentido de voto, que o "Chega não vai aceitar" a nova versão do diploma que regula a entrada de estrangeiros em Portugal , criticando o executivo por não manter a posição em matérias como o reagrupamento familiar, a defesa das fronteiras ou a expulsão de imigrantes.

O líder do Chega adiantou que, por não concordar com a versão atual, vai propor alterações para "restringir o reagrupamento familiar" por entender que o "país não pode continuar a receber pessoas indiscriminadamente" e insistirá também no reforço dos meios da nova Unidade de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF).

Ventura reiterou as críticas ao facto de o Chega não ter sido ouvido na elaboração da nova versão da lei de estrangeiros, apontando ao executivo uma atitude "arrogante" e acusando o Governo de mentir por ter afirmado que "articulou as coisas com o Chega quando não o fez".

André Ventura acrescentou que Luís Montenegro "está à vontade" se "gosta de esbarrar no parlamento sozinho e gosta de fazer número de vitimização", depois de sublinhar que o executivo não tem maioria absoluta e lembrar o peso do Chega no atual parlamento.

"Se há uma lei que é articulada entre os dois partidos e chega ao Presidente da República e é vetada, o normal é que haja uma nova articulação entre os partidos para que a lei tenha uma nova versão. Quer dizer, se há um dos interlocutores que acha que pode meter a lei sozinha, então o Chega também podia ter colocado um projeto de lei sozinho sobre os estrangeiros e não o fez", criticou.

André Ventura disse também que a postura do executivo nesta matéria "não é um bom começo" para as negociações do Orçamento do Estado para 2026, afirmando que o Governo não pode assumir esta atitude para depois acusar os outros partidos de provocar a queda do Governo ou novas eleições.

"Tem aqui um partido que desde o início disse, estamos dispostos a ser interlocutores desde que sejamos respeitados, desde que sejam tidas em conta as posições dos eleitores que votaram em nós e considerados os nossos eleitores. Acho que isso é o mínimo que se exige a um partido político. Se não quer isso, muito bem, tem o Partido Socialista para se tentar entender", afirmou.

O presidente do Chega lamentou também ter conhecido do conteúdo do diploma pela imprensa, explicando que, por isso, neste momento tem um "grande desconhecimento sobre o porquê da lei e a sua fundação" e não teve "oportunidade de saber se esta lei é boa ou má" ou "se resolve os problemas" colocados pelo Tribunal Constitucional.

A Assembleia da República vai reapreciar na próxima terça-feira, em plenário, na generalidade, especialidade e votação final global, as novas propostas de alteração à lei de estrangeiros, depois de este diploma ter chumbado no Tribunal Constitucional.

A nova proposta de alteração à lei de estrangeiros, anunciada esta quarta-feira pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, entre outras mudanças que visam a sua conformidade com a Constituição da República, mantém o prazo de dois anos de residência válida para pedir o reagrupamento familiar, mas admite várias exceções, incluindo para cônjuges.

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