Gouveia e Melo acusa Lusa de fazer notícia falsa sobre motivo para avançar com candidatura. Direção da agência repudia
Em causa estão declarações do almirante na reserva para um livro em como terá decidido avançar para uma candidatura presidencial depois de uma alegada tentativa de Marcelo Rebelo de Sousa de o travar.
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A candidatura de Gouveia e Melo acusou esta segunda-feira a Lusa de ter feito uma notícia falsa sobre o momento em que o ex-Chefe da Marinha decidiu concorrer às presidenciais, mas a Direção de Informação da agência repudiou a acusação.
Numa nota à comunicação social, a candidatura refere que a notícia da Lusa, com o título ‘Presidenciais: Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o travar que o levou a candidatar-se’ “é falsa e enferma de uma falta de rigor inaceitável, razão pela qual se exige a reposição da verdade dos factos”.
“Não se refere, em momento algum, durante a entrevista” para o livro “As Razões” como “tendo sido o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, ou qualquer declaração sua, a motivação para se candidatar à Presidência da República, conforme pode ser facilmente comprovado nas páginas 123, 124 e 125 do referido livro”, refere a nota.
A notícia, segundo a candidatura de Gouveia e Melo, “é falsa, e porque na política e no jornalismo não pode valer tudo” solicitou a publicação de um esclarecimento.
Em resposta, a Direção de Informação da Lusa "rejeita e repudia" as "acusações de que a notícia em causa seja falsa e, muito menos, que a agência contribua para a desinformação e tenha manipulado declarações de Henrique Gouveia e Melo, como refere a candidatura".
"Como bem diz na sua nota a candidatura de Gouveia e Melo, 'na política não pode valer tudo'”, conclui a Direção de Informação num comunicado intitulado: "A Lusa mantém a sua notícia 'Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o travar que o levou a candidatar-se'.”
No livro, segundo a nota da direção da Lusa, "Gouveia e Melo diz expressamente que foi um artigo publicado no Expresso, a 03 de outubro de 2024, sob o título 'Almirante quer mais dois submarinos para ficar na Armada e desistir de Belém”, que o levou a “definir o rumo' ou seja, a avançar com a candidatura".
"Foi esse artigo que me fez definir o rumo. Porque quando o li, fiquei mesmo danado", afirma o ex-chefe do Estado-Maior da Armada, na página 124 do livro "Gouveia e Melo - As Razões", que tem chancela da Porto Editora”, refere a Direção de Informação, que reproduz, na nota, a notícia da Lusa.
A candidatura lamenta que “seja a Agência Lusa, órgão de comunicação social que integra o serviço público de informação, que desta forma contribua para a proliferação de uma notícia que objetivamente visou desinformar e manipular as declarações proferidas por Henrique Gouveia e Melo no livro atrás citado”.
O que explica, segundo a nota, a decisão de concorrer foi “ter percebido que o Presidente da República e o Governo não estavam verdadeiramente interessados em nada da defesa e, portanto, não teria oportunidade de fazer a diferença enquanto CEMA”.
“A candidatura à Presidência da República foi motivada, sobretudo, pela vontade de continuar a servir Portugal de forma ativa e a contribuir para os destinos do País, perante um cenário de instabilidade política a nível nacional e de incerteza internacional”, lê-se no comunicado.
No domingo, a Lusa noticiou que o almirante Gouveia e Melo só decidiu avançar para Belém quando leu uma notícia no Expresso de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia travar a sua candidatura presidencial através da sua recondução como chefe da Armada.
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