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PS acusa Governo de violar a Constituição e deveres legais com a lei dos estrangeiros

José Luís Carneiro chamou à atenção para as palavras do Presidente da República que considerou que o Governo devia atuar com muita inteligência na forma como trabalha estas matérias.

José Luís Carneiro critica opções do Governo sobre lei de estrangeiros
José Luís Carneiro critica opções do Governo sobre lei de estrangeiros José Coelho / Lusa-EPA
14 de Julho de 2025 às 15:26

O secretário-geral do PS acusou esta segunda-feira o Governo PSD/CDS-PP de ter tomado opções na lei dos estrangeiros que violam a Constituição e deveres legais essenciais, pedindo-lhe prudência, ponderação e atenção a legislar.

"Nós já dissemos que em relação à criação da Unidade de Estrangeiros na PSP, desde que haja uma separação entre a decisão e a execução, somos a favor. Também somos a favor do aperfeiçoamento da lei da nacionalidade e da lei de estrangeiros. Contudo, entendemos que há opções que o Governo tomou que violam, desde logo, a Constituição e violam deveres legais essenciais", afirmou José Luís Carneiro.

No final de uma visita à INOVGAIA -- Centro de Incubação de Base em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, o socialista pediu ponderação ao Governo e para passar a discussão da lei dos estrangeiros para setembro, altura em que também se vai discutir a lei da nacionalidade.

Em sua opinião, o Governo misturou tudo, ou seja, misturou a nacionalidade com a imigração e com as questões da segurança.

E, a esse propósito, José Luís Carneiro chamou à atenção para as palavras do Presidente da República que considerou que o Governo devia atuar com muita inteligência na forma como trabalha estas matérias.

"O senhor Presidente da República disse, aquilo que eu ouvi e que todos ouviram, foi que o Governo devia legislar com muita inteligência e com muita ponderação", insistiu.

José Luís Carneiro frisou não compreender decisões como as que foram tomadas na sexta-feira, referindo-se ao facto da Comissão de Assuntos Constitucionais ter votado favoravelmente, na especialidade, alterações à lei de estrangeiros, com voto contra da esquerda, que alegou atropelos à lei pela falta de pareceres obrigatórios.

"Não se compreendem essas tomadas de decisão, nomeadamente sem ouvir instâncias judiciárias do maior relevo no país", disse.

O socialista classificou a decisão como precipitada e disse que está a causar grande perplexidade, nomeadamente nos países africanos de língua oficial portuguesa.

"Nós temos que saber bem o relevo da relação com os países africanos de língua oficial portuguesa e do cuidado que há que ter na proteção dessa relação", frisou.

A título de exemplo, o secretário-geral do PS salientou que em Angola há mais de 120 mil portugueses a trabalhar e a investir, e defendeu que as decisões do Governo não coloquem em causa linhas fundamentais de relação entre Portugal e os países africanos de língua oficial portuguesa.

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