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PS afirma que está provado que há um acordo nacional entre PSD e Chega

A Comissão Permanente do PS salienta que foi tornada pública "num jornal nacional" - o Público - a carta entregue pelo presidente do Chega, André Ventura, ao representante da República nos Açores, Pedro Catarino.

rui rio andre ventura chega
rui rio andre ventura chega João Miguel Rodrigues
10 de Novembro de 2020 às 12:41

O PS considera que ficou hoje provado que há "um compromisso nacional" entre PSD e Chega com a apresentação de uma proposta de revisão constitucional na Assembleia da República para reforma dos sistemas político e de justiça.

Nos últimos dias, em sucessivas intervenções públicas, os dirigentes socialistas têm afirmado que o acordo com o Chega para a viabilização de um novo Governo Regional dos Açores liderado pelo PSD tem consequências políticas nacional e não apenas naquela região autónoma.

Agora, em comunicado, a Comissão Permanente do PS salienta que foi tornada pública "num jornal nacional" - o Público - a carta entregue pelo presidente do Chega, André Ventura, ao representante da República nos Açores, Pedro Catarino.

Essa mesma carta, segundo a direção dos socialistas, "revela o que já se sabia: A existência de um compromisso nacional do PPD/PSD de que será apresentada no parlamento uma proposta de revisão da Constituição, tendo em vista uma profunda reforma no sistema de justiça e uma reforma do sistema político".

Para a Comissão Permanente do PS, "esta confirmação, através de André Ventura, revela uma nova faceta no PSD" presidido por Rui Rio: "A de um PSD capaz de vender a alma ao diabo, hipotecando-se a propostas de reposição da barbárie, como a prisão perpétua ou a castração química, para atingir o exercício do poder".

"Revela também um Rui Rio capaz de recorrer à linguagem dúplice para esconder a verdade dos portugueses sobre o seu acordo com o Chega e, por último , mas não menos importante, a revelação de um PSD capaz (sendo o primeiro a fazê-lo, mesmo na sua família política) de dar o seu patrocínio político à normalização de propostas populistas, xenófobas e contra civilizacionais", acusa-se no mesmo comunicado.

Na perspetiva da direção do PS, "Rui Rio e o PPD/PSD merecem uma severa censura política, quer por duplicidade com os portugueses, quer por cumplicidade com a extrema direita xenófoba".

"O PS tudo fará - como sempre fez - para combater xenofobia, o racismo e o populismo, continuando a propor e promover políticas públicas de integração, de acolhimento e de proteção dos mais vulneráveis. É propondo, em compromisso com a democracia e com o estado de direito (e não estendendo a mão), que se combate o populismo e o radicalismo", acrescenta-se.

Na segunda-feira à noite, em entrevista à TVI, o secretário-geral do PS recusou que esteja "zangadíssimo" por o PSD procurar nos Açores uma alternativa de Governo, mas defendeu ser um fator "da maior gravidade" os sociais-democratas em Portugal terem dado "um passo que a direita democrática na Europa tem resistido a dar, que é fazer um acordo com um partido da direita xenófoba".

"Ainda há pouco tempo Rui Rio tinha dito que só haveria acordos o Chega se este partido mudasse substancialmente. E menos de uma semana depois já está a fazer um acordo com o Chega, sem que esse partido tenha mudado nada", acusou.

Nesta mesma entrevista, António Costa recusou também que se possa fazer uma comparação entre um PCP marxista leninista e o Chega.

"Não é por acaso que na Europa há uma distinção muito clara e um cordão sanitário em relação aos partidos de extrema-direita xenófobos. Porque a xenofobia põe em causa algo que é essencial, que é a dignidade da pessoa humana", alegou.

Neste contexto, o secretário-geral do PS deixou uma garantia: "Nunca negociarei nada com o Chega".

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