Chega elege dois deputados e garante liderança da oposição. PS sem nenhum

O Chega junta mais dois deputados aos 58 que tinha já eleito graças aos votos dos emigrantes. A AD elegeu os outros dois, recuperando um em relação ao ano passado, enquanto o PS, pela primeira vez, não conseguiu nenhum. O partido de André Ventura garante assim o lugar de segunda força política e a liderança da oposição no Parlamento.
Lusa
Filomena Lança 28 de Maio de 2025 às 20:10

O Chega conseguiu eleger dois deputados nos circulos eleitorais da Europa e de fora da Europa e a AD elegeu os outros dois nos 17 consulados onde há eleitores inscritos. 

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O Partido Socialista, numa situação inédita em democracia, não conseguiu eleger nenhum deputado entre os emigrantes residentes na Europa e nos países de fora da Europa. 

Há um ano, nas legislativas de março de 2024, o Chega conseguiu dois deputados entre os votos dos emigrantes, a AD um e o PS outro.

Para o partido de André Ventura, isto significa que, somando aos 58 que tinha já eleito, ficará com 60 assentos no Parlamento, contra 58 do PS, o que lhe garante o lugar de segunda força política e a liderança da oposição. 

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Os socialistas fecham estas eleições legislativas com 58 deputados eleitos e a AD com 88 deputados, depois de recuperar este ano um dos deputados dos circulos da emigração que tinha perdido em 2024. 

 

O voto dos emigrantes decorreu em 17 consulados, distribuídos entre os círculos da Europa e de fora da Europa. O Chega obteve 26,15% dos votos, o que compara com 18,30% no ano passado, de acordo com os dados disponibilizados pela secretaria-geral do Ministério da Administração Interna. 

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A AD conseguiu 16,02% (16,79% no ano passado) e o PS 13,53% (15,73% em 2024).

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Pedro Vaz, do secretariado nacional do PS, foi quem reagiu aos resultados, reconhecendo que a responsabilidade é "do partido como um todo" já que "não conseguiu convencer os portugueses de que tinha o melhor projeto para o país". "É assim a democracia" e agora "é preciso reconstruir a relação de confiança com os nossos emigrantes", rematou. 

Já André Ventura, que falou aos jornalistas à entrada de um evento preparado pelo partido para acompanhar os resultados das eleições, assumiu-se hoje como líder da oposição ao "bloco central de interesses", e considerou que o resultado das eleições legislativas de 18 de maio representou uma "mudança profunda no sistema político português".

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"É uma grande vitória, é uma vitória que vemos com responsabilidade, mas que sobretudo hoje parece, segundo todos os dados indicam, marcar uma mudança profunda no sistema político português, que é o facto de o Chega se tornar hoje líder da oposição, precisamente com os votos daqueles que tiveram que partir por causa de PS e PSD", afirmou, citado pela Lusa.

Chega ganha na Europa

 Na Europa o Chega foi o grande vencedor, com, 28,2%% , num total de 71.990 votos. Há um ano também já tinha ficado em primeiro lugar, mas com 18,31%, num total de 42.972 votos. O PS, que há um ano tinha tido 16,22% dos votos, caiu este ano para os 13,54%. Já a AD melhorou a sua prestação, conseguindo 14,65%, contra 14,21% contabilizados nas legislativas de março de 2024.

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Numa análise por país, verifica-se que o Chega ganhou na Bélgica (23,7% dos votos); em França (28,8%); no Luxemburgo (31,27%); na Suíça (45,72%) e no Reino Unido(16%). 

 

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Já a AD ganhou na Alemanha (com 19,6%, seguida do PS e só depois o Chega); nos Países Baixos (18,6%) e em Espanha 22,19%, seguida do PS com 17,5% e Chega com 13,1%).

 

O PS conseguiu posicionar-se à frente apenas nos restantes países da Europa, com 18% dos votos, seguido da AD (17,9%) e só depois o Chega (16,5%). 

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AD melhor fora da Europa, mas não suficiente

 Fora da Europa o desempenho da AD foi melhor, ganhando nos países de África (31,9%); no Canadá (18,8%); nos Estados Unidos (21,6%); nos restantes países da América (28,28%; os "restantes países da Ásia e Oceania" (24,27%); e na China (33,3%). No total, a coligação arrecadou neste circulo 19,6% dos votos (no ano passado tinha conseguido 22.9% dos votos nestes países). 

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Ainda assim não foi suficiente para ultrapassar o Chega que ganhou no Brasil, onde conseguiu mais de um quarto dos votos - 25,3% - e manteve a liderança que já tinha tido no ano passado. No total, o partido de André Ventura ganhou também no círculo de fora da Europa, com 20,7% dos votos. 

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Conhecido o resultado das votações pelos círculos da emigração, cabe agora ao Presidente da República indigitar o primeiro-ministro para formar e apresentar o novo Governo. Marcelo Rebelo de Sousa já agendou novas reuniões com a AD, o Chega e o PS para a tarde desta quinta-feira e poderá indigitar Luís Montenegro logo no mesmo dia. 

(notícia atualização com a divulgação dos resultados finais, depois de apurados todos os consulados)

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