Os “mexericos” e o tabu das alianças eleitorais num dia em que Espinho foi o centro

Entrada na última semana, a campanha eleitoral afunila-se no espaço e nos temas. Esta segunda-feira, quase todos passaram por Espinho com o tema das coligações a dominar os discursos. A Spinumviva continua a ser sombra na caravana da AD.
Miguel A. Lopes/Lusa
Paulo Ribeiro Pinto e Lusa 12 de Maio de 2025 às 20:54

Se todos os caminhos iam dar a Roma, nesta segunda-feira quase todos foram dar a Espinho, terra natal do primeiro-ministro e líder da AD, num dia em que as abordagens do PSD à Iniciativa Liberal para possível coligação pós-eleitoral – que criou um "irritante" no CDS, parceiro da coligação – dominaram as intervenções. Por Espinho passaram seis partidos.

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Na véspera, o presidente da IL, Rui Rocha, revelou que foi desafiado pela "direção e lideranças" do PSD para uma coligação pré-eleitoral, mas não quis ser um "partido apêndice". Questionado esta segunda-feira pelos jornalistas, o presidente do PSD recusou confirmar ou comentar as palavras de Rui Rocha e qualificou o assunto como "mexericos políticos", negando que haja problemas entre PSD e CDS-PP: "Nada disso".

Em Olhão, no distrito de Faro, o liberal Rui Rocha assinalou que Montenegro não desmentiu conversas do PSD com a IL e reiterou que "essa insistência aconteceu" e "não se trata de mexericos", admitindo que o assunto "provavelmente gera algum desconforto".

Também na feira de Espinho esteve o líder do PS, que alegou haver desentendimentos entre PSD e CDS-PP quanto à IL: "Eles estão de cabeça perdida, dizem coisas diferentes na coligação", falando de uma mistura explosiva entra AD e IL do ponto de vista do radicalismo e do ataque ao Estado Social".

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Ao nono dia de campanha oficial para as legislativas antecipadas, o presidente do Chega rejeitou uma vez mais esclarecer o que fará em diferentes cenários eleitorais. Numa ação de rua em Évora, André Ventura acusou o PSD de ter governado "com instabilidade" e "falta de transparência" e sustentou que "um Governo estável só pode acontecer com uma vitória do Chega à direita".

No fim da arruada da AD em Espinho, e questionado sobre se "valeu a pena insistir na teimosia de manter a empresa familiar e levar o país para eleições", Luís Montenegro retorquiu: "O senhor não tem mais nenhuma pergunta para me fazer todos os dias? A RTP está empenhadíssima". A farpa saiu, mas a pergunta tinha sido feita pela SIC.

Já o Livre admite voltar à carga com uma comissão parlamentar de inquérito à atuação de Luís Montenegro com a empresa, caso volte a ser reeleito primeiro-ministro. Foi em Setúbal que Rui Tavares disse que o partido "está aberto a avaliar essa hipótese".

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À tarde, em Peniche, a coordenadora nacional do BE acusou o Chega de ter uma obsessão pelo seu partido, por representar "a liberdade e a democracia", e fez um apelo direto ao voto dos mais jovens que temem o crescimento da extrema-direita.

A Saúde entrou na campanha com o secretário-geral do PCP a sugerir uma vacina, "com meiguice, mas bem dada", para os que no Parlamento atacam o Serviço Nacional de Saúde.

Já na cidade dos estudantes, Coimbra, a porta-voz do PAN defendeu a criação de uma bolsa para o alojamento estudantil que faça cumprir as promessas não concretizadas dos últimos governos.

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