Deco defende "direito ao esquecimento" nos seguros de saúde
A associação de defesa do consumidor Deco defendeu hoje, no parlamento, que o diploma pelo "direito ao esquecimento" abranja também os seguros de saúde.
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"O diploma deve ser redigido para que também os seguros de saúde estejam incluídos", disse o economista da Deco Vinay Pranjivan na audição na comissão de orçamento e finanças.
O responsável considerou que não faz sentido "a sensação de cadastro" que as pessoas que tiveram doenças graves têm no acesso a seguros de vida (por exemplo, para efeitos de crédito à habitação) e também a seguros de saúde.
Vinay Pranjivan afirmou ainda que é "importante deixar muito claro o que deve ser entendido como pessoas que tenham superado doença grave", seja pelo legislador ou pela autoridade de seguros, sob pena de desvirtuar as pretensões do legislador e não ter aplicabilidade prática.
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A Deco defendeu que pessoas com grau de deficiência inferior a 60% também devem estar abrangidas pelo diploma. Para pessoas com grau de de deficiência igual ou superior a 60% já existe um regime favorável próprio.
Em 14 de maio, o parlamento aprovou, na generalidade, o projeto-lei do PS que pretende consagrar o "direito ao esquecimento", impedindo que pessoas que tenham superado doenças graves, como cancro, sejam discriminadas no acesso ao crédito ou seguros.
Em 27 de maio, o Centro Anti-Discriminação (CAD) apresentou uma proposta para que o projeto-lei abranja também pessoas com VIH.
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"O que nós queremos é uma formulação mais genérica da lei que possa englobar não apenas doenças que estão efetivamente curadas e superadas, mas ainda outras doenças em que a medicação que existe hoje em dia - e, no caso concreto do VIH, a medicação antirretroviral - tem efeitos muito positivos na qualidade de vida das pessoas", explicou à Lusa Rita Canaveira, responsável pelo apoio jurídico do CAD.
O que o CAD pretende, especificou, é que estas doenças sejam equiparadas às que já se encontram "no estatuto de ultrapassadas".
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