Fornecedores dos hospitais continuam sem receber facturas de há um ano
A maioria dos hospitais portugueses continua a ter facturas por pagar com cerca de um ano, mesmo depois de as unidades terem utilizado os 900 milhões de euros injectados pelo Estado entre Dezembro de 2017 e Março de 2018 para pagar dívidas em atraso a fornecedores.
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Esta situação é denunciada pelo JN esta quarta-feira, 16 de Maio, que relata casos de unidades hospitalares que só conseguiram liquidar as dívidas até Dezembro de 2016 e atesta que a maior parte dos organismos permanece com um atraso de um ano nos pagamentos.
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As duas primeiras transferências, confirmadas pelo ministro das Finanças no Parlamento, parecem estar longe de resolver o problema, até porque o endividamento cresce todos os meses. Com a última tranche de 500 milhões em falta, para completar o valor total de 1.400 milhões de euros a transferir para os hospitais, Mário Centeno admitiu estar preocupado com o acumular de dívidas no sector.
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Como o Negócios noticiou, as dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à indústria farmacêutica e às empresas de dispositivos médicos totalizavam 1.248,2 milhões de euros no final de Fevereiro, o que representava um agravamento de 37,5% (341 milhões) em relação ao montante das dívidas registadas no final de 2015.
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O presidente da Apifarma, Almeida Lopes, manifestou na altura a expectativa de que, concluída a transferência global anunciada, as dívidas desçam para valores regulares. E será desta que o problema das dívidas ficará resolvido? "Desde que os pagamentos de rotina não sejam interrompidos, a situação ficará em patamares aceitáveis", vaticinou.
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Menos iludido quanto aos esforços "claramente insuficiente" do Governo, o secretário-geral da Apormed (dispositivos médicos), João Gonçalves, criticou que "não só os montantes disponibilizados não chegam para liquidar toda a dívida vencida, como [são] medidas conjunturais que não resolvem o subfinanciamento crónico do SNS".
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