Linkedcare quer "tratar da saúde" dos irlandeses

Esta plataforma tecnológica liga os médicos aos doentes. Depois de Portugal, a empresa está a ultimar as negociações para abrir um escritório na Irlanda e o objectivo é continuar a internacionalizar-se.
Bruno Simão/Negócios
Ana Torres Pereira 24 de Março de 2014 às 20:57

Surgiu em 2013 para ligar os médicos aos pacientes. A Linkedcare é uma plataforma tecnológica que se propõe a agilizar a comunicação na indústria da saúde. A dar os primeiros passos em Portugal, a empresa já está a preparar a entrada na Irlanda.

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Linkedcare quer "tratar da saúde" dos irlandeses

Depois de anos a trabalhar nas telecomunicações, Hans-Erhard Reiter e Nuno Pacheco voltaram-se para a saúde. Em 2013 deram os primeiros passos como Linkedcare e já têm os planos para a sua expansão. "Este arranque correu melhor do que esperávamos", admitiu Reiter, CEO da Linkedcare, ao Negócios. Nos primeiros meses, a plataforma já recebeu cerca de 700 registos de médicos. O gestor admite que "a evolução é positiva, porque o ritmo do crescimento está a aumentar" e, por isso, diz, "vamos chegar à meta dos 3 mil médicos praticamente só com crescimento orgânico".

Em Portugal, a Linkedcare, já está a trabalhar com algumas entidades para celebrar parcerias e, com isso, aumentar o número de médicos registados, um cenário que ainda não está previsto na estimativa inicial.

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Paralelamente, a expansão internacional já está em curso. Hans-Erhard Reiter detalha que a Irlanda é o primeiro alvo. "Nos próximos dois a três meses vamos criar a empresa lá e vamos arrancar antes do Verão". E se numa primeira fase o objectivo era arrancar sozinhos, o gestor já admite aliar-se a um parceiro. "Mas temos que ter cuidado, porque alguns parceiros podem fechar o acesso a determinado mercado". Para já a Linkedcare irá abrir terreno com equipas técnica e comercial. E se correr bem, "poderemos ter logo cerca de 700 médicos registados".

O mercado a seguir é o Brasil, "onde já fizemos contactos, já criámos os primeiros passos para construir equipas que possam trabalhar connosco", acrescentou. E esta entrada poderá acontecer já na segunda metade deste ano". Depois destes primeiros mercados "acreditamos que a expansão vai ser mais ou menos automática", diz. No entanto, o CEO da Linkedcare refere que os EUA também estão na lista das prioridades. "Aqui há uma onda de mudança de ‘software’ dos médicos e isso é uma grande oportunidade para nós. E nenhum fornecedor tem mais de 5% do mercado norte-americano. A entrada custa muito dinheiro, é difícil, mas vale a pena",

Apesar desta expansão acelerada, "em termos de facturação para já não vai mudar grande coisa. Começaremos a facturar na segunda metade do ano e os novos mercados ainda não vão gerar grande coisa". Para já, o principal impacto poderá ser nas pessoas, passando de uma equipa de 25 a 45 pessoas.

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Como é que a plataforma é um negócio?

O médico não paga nada, o cidadão também não, para poder haver crescimento, porque só com massa crítica é que poderemos  saltar para outras coisas. Sobre esta plataforma é fácil imaginar que podemos desenvolver negócios que trazem receita: cidadãos e médicos são grupos bem identificados onde a publicidade pode dar retornos interessantes, [como a] partilha de receitas com outros intervenientes desde farmácia a laboratórios.

 

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Então, neste momento, mais importante que ter receitas é ter crescimento....

Sim, precisamos de massa crítica.

 

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Mantêm o objectivo de chegar aos 3 mil médicos?

Sim e esta estimativa é só com crescimento orgânico, não estamos a pensar na internacionalização.

 

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Em quatro meses quantos já têm registado?

Para já 700, essencialmente médicos de clínica geral, muitos dentistas, cardiologia, cirurgia, medicina interna e anestesiologia.

 

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Em que fase estão as negociações com os grupos de saúde?

Antes do Verão podemos ter um ou dois contratos com um impacto relativamente grande no negócio

 

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De quantos médicos estamos a falar?

Milhares de médicos.

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Os dois fundadores da plataforma de saúde Linkedcare, Hans-Erhard Reiter e Nuno Pacheco, arrancaram com a empresa, em Setembro de 2013, tendo-se juntado a eles mais sete accionistas individuais. A empresa começou com um capital inicial de 50.400 euros e para o seu financiamento os mecanismos foram os habituais.

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A empresa contou com o apoio de fundos da União Europeia e acordos com bancos, para totalizar os 2,4 milhões de euros para trazer a tecnológica até onde está agora. Quanto ao futuro, Hans-Erhard Reiter admite que será necessário mais capital. "Para a expansão tem que entrar novo capital e estamos a trabalhar nisso", acrescentou, sem detalhar. A estratégia poderá passar por financiamento fora de Portugal.

(Correcção: Nos primeiros meses, a Linkedcare recebeu cerca de 700 registos de médicos e não 700 mil registos)

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