EMA favorável à utilização de medicamento para tratamento precoce da covid-19
O novo medicamento desenvolvido pela GSK mostrou uma eficácia de 85% e está sujeito a aprovação nos Estados Unidos. Na Europa, a decisão da EMA deve permitir aos países adotar a terapêutica de forma independente.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) emitiu esta segunda-feira um parecer positivo à utilização do sotrovimab para o tratamento precoce da covid-19. O pedido de utilização já foi submetido nos Estados Unidos.
O medicamento está indicado para adultos e adolescentes com mais de 12 anos e, pelo menos, 40 quilos com covid-19 que não necessitem suplementação de oxigénio e que estejam em risco de progredir para um estado de doença grave.
O parecer foi baseado na revisão cientifica do Comité de Medicamentos Humanos (CHMP) e pode ser utilizado pelas autoridades nacionais como base para decisões quanto à aplicação da terapêutica em doentes infetados com covid-19, apesar de não ter sido ainda concedida autorização de introdução no mercado.
Os ensaios clínicos considerados incluíram 583 doentes que demonstraram uma redução de 85% na hospitalização ou morte dos que receberam sotrovimab. Além disso, está também comprovada a eficácia do medicamento contra, pelo menos, as variantes do vírus detetadas na Índia, Reino Unido, Califórnia, Brasil, África do Sul e Nova Iorque. Segundo a GSK, a farmacêutica que desenvolveu o medicamento, isto acontece porque o tratamento "tem como alvo um epítopo conservado da proteína spike que é menos provável de sofrer mutação ao longo do tempo".A farmacêutica pediu entretanto uma autorização para uso de emergência nos Estados Unidos junto da FDA (entidade responsável no país).
Christopher Corsico, vice presidente sénior da GSK está otimista com a possibilidade de utilização do medicamento e considera que "os tratamentos com anticorpos monoclonais são uma parte crítica de uma solução abrangente para covid-19, especialmente porque menos de 40% dos adultos, dos estados membros da UE, receberam pelo menos uma dose de uma vacina até ao momento".
George Scangos, CEO do departamento de virologia da GSK garante que o "sotrovimab continua a combater o covid-19 ao longo da sua evolução e retém a atividade contra todas as variantes circulantes" e adianta ainda que "a posição tomada é uma ótima notícia para os doentes em toda a Europa, já que os Estados-membros da UE são agora mais facilmente capazes de avançar com as suas próprias autorizações temporárias para sotrovimab".
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